De uma agência que nasceu sob a bandeira do CRM – na época uma ferramenta mais restrita ao marketing direto – para chegar a um patamar que vai além do relacionamento e trafega pelo campo do digital, ativação, branding e tudo que forma a parte periférica da comunicação. “Só não entramos em ‘aventuras’ de construção de marca por meio da publicidade tradicional. De resto, estamos aí para resolver os problemas dos nossos clientes, amarrando comportamentos, entendendo o que o consumidor quer e medindo retorno”, diz Fábio Souza, sócio-diretor de atendimento e operações da e|ou, que acaba de completar 10 anos de mercado.
Uma década essa que viu, agora em 2013, a e|ou conquistar o tricampeonato de Agência do Ano do Prêmio Abemd – organizado pela Associação Brasileira de Marketing Direto e considerado o mais relevante do país, além de ser a mais premiada entre as brasileiras no DMA, da Direct Marketing Association, nesse período. Também este ano veio a conquista da conta de comunicação dirigida do Banco Santander, um dos setores com que a agência não trabalhava. E, no ano passado, da Chevrolet.
Fatos que dão um selo de qualidade ao que a empresa tem feito nesses 10 anos. “Na verdade, creio que não são as conquistas que dão um selo de qualidade. É o contrário. Por termos tal qualidade é que as conquistas vieram. Até porque trabalhamos muitos anos com a Peugeot, nosso primeiro grande cliente e com quem tivemos um bom histórico no setor automotivo. Já em relação ao Santander, nunca atuamos com bancos, mas temos também know how no mercado financeiro com seguradoras, casos de Porto Seguro e Sulamerica”, ressalta Souza.
Segundo Eduardo Rodrigues, sócio-diretor de criação da agência, em tudo que envolve resultado e mensuração a e|ou está envolvida. “Quando recebemos um briefing, nossa primeira pergunta ao cliente é para saber qual o resultado que ele deseja atingir. Isso sempre foi nossa premissa”, diz, lembrando que agora isso se tornou uma prática comum entre os anunciantes. “Perceberam que relacionamento gera dinheiro, lucro e é mensurável. E ainda mais fundamental em tempos de recessão econômica. Então estamos assistindo a uma corrida dos clientes para buscar quem realmente sabe trabalhar com dados.”
“Há uma virada enorme no mercado nesse sentido. Antes, o nerd era deixado de lado na sociedade. Hoje ele é valorizado e ganhou até outro nome – é geek! É assim que eu vejo o futuro de quem trabalha com dados. Será ‘o cara da moda’”, complementa Eduardo Soutello, sócio-diretor de planejamento. Para ele, o que está havendo é uma troca maior na conversa entre marca e consumidor. “As boas agências estão interpretando as mudanças e convertendo-as em diálogo.”
Souza afirma que o digital, que tem acelerado todo esse processo, não é uma disciplina, e sim mais um canal a ser explorado. “As áreas de tecnologias e dados sempre foram muito bem estruturadas. A diferença é que hoje temos meios eficazes para trabalhar com mais eficiência. Temos dois projetos em andamento aqui na e|ou que estão passando por todo um processo de inteligência. Só no próximo ano é que a comunicação irá entrar em jogo. Dá para ter um planejamento bem mais eficaz antes do trabalho ir para a rua.”
“Tem dois termos em inglês que resumem bem o caminho que escolhemos – data driven e data oriented –, que significam partir de algum comportamento para direcionar o caminho criativo e conseguir resultados melhores. Começando pelo planejamento estratégico, mas não limitado a ele”, pontua Soutello.
Para os próximos anos, a e|ou planeja expansão para outro mercado latino-americano, ainda não definido. E, por ser uma agência independente e cada vez mais estruturada e com grande relevância no país, não descarta se associar a um grande grupo de comunicação – prática cada vez mais comum no mercado, com holdings buscando ter, dentro de seu guarda-chuva, agências de diversas especialidades.
“Não descartamos, mas não está como prioridade entre nossos desejos. O que realmente queremos é continuar sendo relevante para nossos clientes. Estamos vendo nos últimos tempos, no mundo todo, agências locais e independentes conquistando clientes bacanas. E isso tem ocorrido com a gente”, pondera Souza. “E se um dia a gente se associar a alguém, pode ter certeza de algo: nunca vamos abrir mão de ter a gestão do negócio”, completa Rodrigues.