Levado às barras do Tribunal de Inquisição, Galileo Galilei procurou se safar de ser queimado vivo, como herege. Mas, ao ser absolvido por negar o que afirmara antes, não se conteve e teria exclamado: “Eppur si muove”, em tradução livre: “Mesmo assim, [a Terra] se move”, zombando dos seus inquisidores.
Embora em contexto distinto, podemos usar a histórica afirmação de Galileo Galilei, reconhecendo que, apesar de tudo, a economia brasileira se move, apesar do STF e da PGR.
Não que o presidente da República não deva ser acusado e julgado, se de fato tem culpa (e parece que sim) no cartório dos malfeitos.
Mas, como para bom observador meia palavra basta, percebe-se claramente a velocidade das denúncias e seu desenrolar no tribunal máximo, conforme o CPF dos denunciados.
Mesmo que se diga que estamos descolando a economia da política, sabemos que nem sempre isso funciona. Caso funcionasse, já teria ocorrido muito antes, desde quando começamos a falar e a ouvir falarem de mensalão, petrolão e outros “fenômenos políticos brasileiros”.
Se houver provas contra Temer, que não sobre pedra sobre pedra da sua trajetória. Mas, o que tem se percebido, após tantas “denúncias” que não vingaram, é que há um desejo incontido nos simpatizantes de Dilma Rousseff, no sentido de vingarem-na, punindo seu sucessor.
Talvez até sem querer tenham razão, pois, embora não admitam, foram eles que escolheram Temer para vice na chapa de Dilma.
Porém, com relação a outros incriminados do que era até então o partido governista, não se percebe o mesmo açodamento em busca de se fazer justiça. O que, diga-se de passagem, nem sempre lidera esses interesses. É mais sensato pensar-se em revanche, como se Temer tivesse tirado Dilma Rousseff da cadeira de presidente da República.
A grande verdade é que se percebe a proximidade de mais uma grande confusão no país, ameaçando paralisar novamente os negócios e transformando os protagonistas desse imbróglio em atores, embora de segunda, em virtude do tempo e espaço que lhes serão dedicados por obrigação de ofício da mídia.
Estamos nos acostumando tanto a esses períodos carnavalescos fora de época, que quando vivemos, vez ou outra, um dia ou até mesmo uma semana calmos, estranhamos a paz reinante nas pessoas.
Haveria de ser levado em conta nessa guerra de nervos em que se transformou a política brasileira, que esse tipo de situação, que aparentemente busca fazer justiça, entorna ainda mais o caldo, produzindo mais confusão em benefício da casta dominante e, por outro lado, prejudicando ainda mais quem mais precisa trabalhar para sobreviver.
Estamos precisando de alguém com o perfil de Angela Merkel para dirigir nossos destinos: enérgica e ao mesmo tempo sem perder a ternura, certa de que não se apazigua ânimos exaltados com nervos à flor da pele. No popular, não se apaga incêndio jogando álcool sobre as chamas.
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Marcos Quintela, chairman do Grupo Newcomm, apostando no país e procurando levar seu estímulo ao mercado, está lançando campanha com título (provisório) extremamente adequado: O Brasil voltou.
Quintela tira do grande patrimônio popular que são as torcidas de futebol, a expressão que consagra seus gritos de guerra quando um time, estando na pior, mas com retrospecto de campeão lá atrás, demonstra um recomeço.
Quem de nós, amantes do futebol, também já não cantou, mesmo que em casa vendo TV, “o campeão voltou ôô”?
Conhecendo os brasileiros como pensamos conhecer, pois deles fazemos parte, é quase matador apostar na frase de Quintela, agora que já vemos as primeiras luzes da manhã de uma nova economia.
Sem forças para lutar contra os facínoras que tomaram o país de assalto, temos de voltar nossa imaginação para o antigo confronto da astúcia contra as incontáveis possibilidades dos poderosos.
Nas historietas infantis encontramos muitos exemplos desses embates, sempre em busca do princípio de que o mal não pode vencer o bem.
Se o Brasil de Marcos Quintela e de todos os bons brasileiros voltou, vamos realmente acreditar nisso e torcer – lembrando o sempre inegável poder da mente – para que uma vez mais cheguemos rapidamente a um final feliz.
Estamos todos precisando.
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A nova DM9, recém-reformulada, colhe os primeiros grandes frutos da sua reengenharia: disputou e ganhou a concorrência da sempre desejada conta do Walmart.
Paulo Cesar Queiroz e equipe vivem outro momento, com a presença do inquieto e competente Nizan Guanaes subindo e descendo a todo momento as escadas do prédio que abriga a agência na Brigadeiro Luís Antonio (SP).
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De há muito acometido por irreversível doença, o querido Luiz Sales, de quem só se ouve falar bem, deixou-nos ao meio-dia da última sexta-feira (22).
Conhecemos sua brilhante carreira profissional desde os tempos de vice-presidência na antiga Salles, com o irmão Mauro. De lá para cá muitos anos se passaram e Luiz não parou de brilhar. Depois da fusão da Salles com a Inter-Americana de Armando d’Almeida, por onde passaram grandes contas e profissionais idem da propaganda brasileira, ele decidiu por se juntar a Alex Periscinoto e Sergio Guerreiro, criando a SPG&A, consultoria especializada em fusões e aconselhamentos de agências e outros players do mercado da comunicação do marketing, aqui incluídos muitos clientes-anunciantes.
Destacou-se de forma incomparável como conselheiro da ESPM, função voluntária que exercia com a paixão dos que amam verdadeiramente o que fazem.
Este Editorial é em sua homenagem, Luiz.
Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br)