Antes de entrar para a publicidade, Sergio Rezende, hoje sócio e diretor musical da Comando S, era músico e engenheiro civil. Na trilha do caminho que o levou a se tornar representante do mercado brasileiro na categoria Radio & Audio Lions em Cannes, teve uma carreira em produtoras como a Voicez, até abrir a sua atual empresa, em 2004. No festival, onde será jurado pela primeira vez, pretende se aprofundar nas possibilidades da categoria. “O que vai chamar mais a atenção são peças concisas, mas que consigam cativar a todos pela história”, avalia. Nesta entrevista, Rezende fala que pretende “sair da caixinha e enxergar o rádio de formas diferentes”.

EXPECTATIVA
Toda vez que eu vou para um festival, o que mais me motiva é a sensação de imersão, de ter um tempo para me aprofundar em novas perspectivas e conhecimentos, e sair da caixinha. Desta vez, eu estarei submerso, a metros e metros de profundidade. A minha expectativa é de um aprofundamento gigante sobre o meio rádio, e me conectar com o que está acontecendo pelo mundo e de uma certa forma trazer algo para o nosso universo, para o Brasil. Quero voltar muito mais inspirado.

JÚRI
Será uma grande imersão no mundo do rádio. Quero me envolver nesse universo. No período do festival, a ideia é aproveitar o tempo para discutir ao máximo com os outros jurados sobre os caminhos da categoria. Tudo isso trará um aprofundamento sobre o papel do rádio, para termos os resultados que melhor indiquem o futuro da área.

CARREIRA
Antes de entrar para a publicidade eu era músico e engenheiro civil. Vim de Salvador para São Paulo com uma banda e comecei na publicidade em 1997, na Voicez, onde fiquei por sete anos, produzindo trilhas para grandes marcas, inclusive com peças premiadas em Cannes. Em 2004, montei a Comando S, que está completando 15 anos. Neste período, temos produzido conteúdo para propaganda, TV, cinema, rádio, CDs e diversos outros.

CRITÉRIOS
A propaganda está cada vez mais conectada ao conteúdo. O que o público mais quer, hoje, é entretenimento. Não adianta chegar com propaganda por propaganda, com interrupção. Temos de entreter as pessoas e, assim, atingir corações e mentes. Em Cannes, acho que o que vai chamar mais a atenção são peças concisas, mas que consigam cativar a todos pelo conteúdo, pela história.

BRASIL
Nosso nível tem evoluído. O Brasil sempre foi muito bem em Cannes, contando todas as categorias. E já tivemos várias peças premiadas em Radio (incluindo um Grand Prix em 2012, com Rádio Repelente, da Talent Marcel para Revista Go Outside). Acredito que dessa vez não vai ser diferente.

RELEVÂNCIA
O rádio é relevante na vida das pessoas, que continuam querendo ouvi-lo. É um veículo que nasceu há muito tempo. Todo mundo previa a morte do rádio com a chegada da TV, depois vieram internet, ipod e, sempre, uma grande aposta na morte do rádio. E ele continua vivo até hoje. É um meio, ainda, extremamente interessante.

TECNOLOGIA
Tudo é voltado para a ideia, independentemente do uso ou não da tecnologia. Não adiantam técnicas mirabolantes se a ideia, o conteúdo, não for bom. A melhor tecnologia ainda continua sendo a ideia.