Daniel Campos: “A Cinemark se orgulha de não ter demitido ninguém” (Divulgação)

“Desde o começo da pandemia os cinemas foram os primeiros a fechar e estão sendo os últimos a reabrir, com uma negociação município a município. Mesmo assim, temos projetos legais que fizemos ao longo desse tempo, principalmente em relação à diversificação de receitas e comunicação de projetos diferentes. Lançamos um e-commerce dos brindes que a Cinemark tem nos cinemas, como copos e baldes, sendo que 93% dos que compram nesse e-commerce são de cidades onde a rede não tem operação, e virou uma receita adicional. Ele viabilizou a parceria que a marca fez com a NBA, de produção do kit de NBA para ver as finais em casa.

Juntamos também toda a estrutura para vender via iFood a pipoca Cinemark e outros produtos, então toda a parte de delivery está montada, inclusive com os cinemas reabrindo, ou seja, isso não é uma coisa que a gente vai deixar para o tempo de pandemia. Pretendemos continuar entregando esses artigos, pipocas e bebidas na casa dos clientes. Durante a pandemia fizemos uma linha de comunicação em ‘As histórias que queremos contar’, com a marca dando visibilidade para quem se curou da Covid-19 e os heróis do dia a dia. Pedimos para os clientes mandarem, a gente editava, transformava em vídeos e subia semanalmente.

Agora, com a reabertura, acho que nos últimos quatro meses mergulhamos junto com infectologistas do Einstein, que virou um parceiro da Cinemark, para construir toda a jornada. A reabertura dos cinemas passa por um novo processo muito mais tecnológico. O snack bar, por exemplo, passou a ser um ponto só de retirada. A pessoa pode fazer o pedido até pelo WhatsApp, quando estiver chegando ao shopping, e simplesmente retirar quando estiver pronto. E estamos comunicando tudo isso agora, dando boas-vindas, e explicando essa nova jornada de experiência do cliente da Cinemark que foi construída. Se fosse dividir a pandemia em blocos, tivemos o bloco de receitas complementares, de coisas que fizemos enquanto os cinemas estavam fechados, com o e-commerce, a entrada no iFood e o próprio drive-in, que a gente se aventurou e fizemos alguns.

Nesse projeto, a gente abriu também parcerias, como a pipoca com queijo ralado feita com a Vigor; e a pipoca doce, junto com o Outback. Outro projeto que ganhou muito peso foi a Pipoca Cinemark de microondas no varejo, porque os fãs de cinema estão consumindo conteúdo em casa e têm um carinho com a nossa pipoca. Ao longo da pandemia ampliamos muito essa distribuição. Agora estamos muito próximos da reabertura dos cinemas nos principais centros, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que recentemente reabrimos em Campinas, Mogi, Brasília e Salvador. A gente está vendo a reabertura acontecendo, mas o que vira a chave para os lançamentos é São Paulo e Rio. Se não houver nenhuma surpresa de aumento significativo de casos, e na curva atual, essa reabertura deve ocorrer agora no início de outubro.

Eu acho que o meu primeiro desafio na liderança da companhia foi manter o time unido. A Cinemark tem mais de três mil funcionários e a gente se orgulha de não ter demitido ninguém, mesmo com sete meses fechados. O começo da pandemia foi pensar em como preservar o caixa e montar um plano para manter todo mundo dentro do barco. Foi um plano de marketing para novas receitas. Em paralelo a isso, como manter a marca viva institucionalmente. E tivemos um trabalho muito forte de organizar os conteúdos para a reabertura e manter aquecido o desejo do consumidor de voltar para a grande tela”.