Ação Compre de quem está perto, que promoveu parcerias para manter a população informada sobre a doença (Divulgação)

Todas as empresas de out of home trabalharam duro desde que começou o isolamento social e para a retomada não está sendo diferente, como conta Luiz Fernando Biagiotti, diretor comercial nacional da Clear Channel. Segundo ele, a companhia criou projetos voltados à conscientização da população sobre higiene e cuidados referentes à Covid-19 com possibilidades de patrocínio. “Como uma grande tendência, vimos que as marcas se uniram por esse propósito e a rua, onde o risco de contágio é maior, é um dos locais mais adequados para compartilhar essas mensagens”. Outro projeto desenvolvido pela Clear Channel é o de branded content, como explica Biagiotti: “o serviço une conteúdo informativo, com mensagens diretas, relevantes ao momento e de fácil entendimento, atrelado às marcas”. Segundo ele, o projeto tem o objetivo de criar nova rotina na população, “a de também se informar o que pode ser utilizado pelas marcas”.

O executivo fala ainda que, diante do impacto causado pela pandemia, as empresas mundo afora tiveram de se adaptar e rever seus posicionamentos e modelos de negócios. “O mercado OOH foi bastante atingido e fomos questionados em um cenário de isolamento social e quarentena. Os primeiros passos rumo à recuperação começaram a ser dados ainda no começo da pandemia. Ele afirma que, no período mais crítico da quarentena, ofereceram ao mercado iniciativas que reforçavam o significado social ao uso do meio. “Agora, estamos vivendo um novo momento, o do retorno à normalidade, em que as marcas estão mais voltadas para ações que gerem ativações de vendas e retomada do negócios”, afirma. O desafio, agora, é apresentar soluções e tecnologias que comprovem a capacidade de engajamento e cobertura que o OOH oferece.

Luiz Fernando Biagiotti: “O serviço une conteúdo informativo com mensagens diretas” (Divulgação)

Ele destaca o poder de mutação do meio, já que transformou os ativos em canais de informações relevantes, auxiliando marcas a direcionarem mensagens para públicos estratégicos, incentivando comerciantes locais ao disponibilizar anúncios com baixo custo, com a campanha Compre de quem está perto, promovendo parcerias para manter a população informada sobre a doença.

Ele lembra que refletiram sobre estratégias e correram atrás de novas possibilidades e oportunidades. “Entendemos que o OOH pode e deve ser uma plataforma de informação. A partir disso, criamos produtos que pudessem atender nossos anunciantes, principalmente aqueles com demandas para comunicar soluções e benefícios à população”. Para ele, isso mostrou que, apesar da redução em investimentos, o OOH não saiu do mix de mídias das marcas. “Com isso, assumimos um papel estratégico durante a quarentena. Nos piores momentos da crise, nosso posicionamento não foi o de convencer agências e anunciantes a investirem nos nossos ativos, mas, sim, em mostrar como o meio poderia ajudar as marcas a se comunicarem com seus públicos naquele momento”, explica.

Foi por isso, segundo ele, que em pouquíssimo tempo desenvolveram projetos customizados com novos roteiros temáticos para atender necessidades específicas dos mais diferentes setores. “Como sabemos que o fluxo de pessoas nas ruas mudou, identificamos as áreas em que os grupos de audiência estão se concentrando e locais de atendimento e serviços essenciais. Além disso, criamos iniciativas que envolvem parcerias para trazer ainda mais tecnologias e fazer com que a comunicação transcenda nossas telas”.

Outro ponto que a Clear Channel não deixou de explorar foi a inteligência artificial, que, para Biagiotti, é a bola da vez. “Devido à conectividade e à possibilidade de integração com outras plataformas, o uso dessa ferramenta no OOH tem sido extremamente eficiente na personalização de campanhas neste momento. Ele cita um exemplo: “a ação feita com apoio da prefeitura do Rio de Janeiro e da empresa de tecnologia focada em inteligência artificial CyberLabs, em que veiculamos boletins informativos em tempo real, em todos os nossos relógios digitais, a circulação de pessoas na cidade e em determinados bairros durante a pandemia”.