As empresas da área digital estão levando a sério a história de que em cada crise há uma oportunidade. Em um momento em que o mercado discute a alternativa de soluções digitais para superar dificuldades financeiras sem deixar de se comunicar com consumidores, diversos players que atuam no segmento de mídia programática investem tempo e dinheiro para educar profissionais da área sobre as vantagens da tecnologia.
Na semana passada, o CEO da MediaMath, Joe Zawadzki, esteve no Brasil para conversar com empresários e representantes do setor para demonstrar disposição em contribuir na evolução do mercado publicitário do país. Líder de uma companhia que fatura mais de US$ 300 milhões em 18 países de cinco continentes, o executivo canadense acredita que a tecnologia está forçando tanto a mídia tradicional como anunciantes a inovar e que o mercado brasileiro naturalmente está se esforçando para entender os benefícios das ferramentas digitais de campanhas por estar um pouco atrasado em relação ao tema.
Especializada em oferecer softwares que possibilitam aos clientes executar e administrar ações digitais em diversas plataformas, a MediaMath entende que é necessário compreender e se adaptar ao Brasil. Zawadzki, inclusive, reuniu-se com o presidente do Cenp, Caio Barsotti, para reforçar a estratégia da empresa de aceitar e seguir as regras já estabelecidas nas negociações publicitárias no Brasil. “Estamos alinhados com as práticas do mercado e investindo na educação sobre a tecnologia. Queremos tornar mais fácil a relação entre agências e publishers”, diz.
Segundo Zawadzki, nenhuma empresa precisa temer a mídia programática, nem os veículos de comunicação e muito menos agências e anunciantes. Na opinião do executivo, há transparência e controle suficiente para utilizar as ferramentas em campanhas digitais que podem trazer resultados positivos para todos. “É um tempo empolgante. Há muita tensão entre anunciantes e consumidores por conta de anúncios que não se enquadram aos perfis. A mídia programática ajuda a resolver isso”, diz.
Responsável por regular as práticas das negociações entre veículos, agências e anunciantes no Brasil, o Cenp confirma que está conversando com diversas empresas que trabalham com mídia programática e revela boa vontade de algumas delas em realmente se adequarem aos padrões do mercado brasileiro. No entanto, o presidente da entidade, Caio Barsotti, diz que ainda há insegurança quanto ao uso da tecnologia.
“Ainda temos problemas de transparência na cadeia de fornecimento da mídia programática”, afirma. “Estamos elaborando, sem ansiedade, uma proposição normativa para todos os interessados analisarem. Essa tecnologia, sem dúvida, tem muito potencial para crescer, mas a verdade é que ainda há muita lenha para queimar.”