A pauta do momento é como monetizar nas plataformas que despontam a cada dia. E no primeiro painel da 11ª edição da Tela Viva Móvel, o debate girou sobre a remuneração em aplicativos, como se destacar entre as centenas de milhares dessas ferramentas e atrair a audiência de um público disposto a pagar pelos produtos.

Uma das poucas unanimidades entre os debatedores é de que seguir pelo caminho da publicidade para conseguir remuneração é um desafio e tanto. “Se o objetivo é gerar receita através da publicidade, você tem um desafio muito grande. Quem ganha dinheiro hoje são os gigantes da indústria de comunicação”, disse Michel Lent, sócio da Aorta. Os banners, por exemplo, são vistos, tal qual na internet, como algo que pode prejudicar a experiência dos usuários, o que representaria a consequente perda de interesse, de acordo com Fábio Massuda, diretor da Mobjoy, especializada em games.

Modelos como o de CPC (Custo Por Clique), de acordo com Marcelo Castelo, sócio e head de mobile e mídias emergentes da agência F.biz presente ao evento, dificultam a medição do real impacto, gerando distorção na compra de mídia. Um exemplo dado pelo profissional é de que a cada dez cliques, registra-se apenas duas visitas. “É uma discussão bastante aberta, uma questão nova. Está se testando muito. Para mim, estamos vivendo no mobile o que passamos na internet em 2000, só que com ritmo mais acelerado”, respondeu Lent, da Aorta.

Para se sobressaírem, as empresas têm usado táticas diversas. A Ipanema Games aposta em ter grandes publishers para os seus produtos. O mercado ficou ainda mais complexo com a abertura da categoria games na Apple Store brasileira, segundo Luiz Menezes Jr., sócio-diretor da empresa. Para Fábio Massuda, a estratégia é fazer muitas medições para saber qual o público que será impactado pelos aplicativos, entender os respectivos comportamentos e buscar as melhores soluções. “Se diferenciar no marketing é super complicado”, afirma. A Mobjoy, com atuação tanto no desenvolvimento quanto como publisher, tem optado por trabalhar com jogos universais e segmentados.