Desde março de 2021 a palavra transformação ganhou ressignificações importantes diante do cenário de reinvenção que o mundo empresarial teve pela frente. Mesmo diante de uma situação econômica desfavorável e cada vez mais caudatária da influência do dólar e dos custos da globalização.

A pandemia não foi implacável apenas no Brasil. O impacto nas economias não tem mais volta. Mas, graças à abnegação das lideranças empresariais, cuja essência é identificar as fontes de recursos para remunerar estruturas de trabalho, fornecedores e dos investimentos necessários à modernização, a luz no fim do túnel sempre tem um interruptor.

Claro que o papel do governo é ser colaborativo para o desenvolvimento. Esse fomento não só contribui para a remuneração do Estado por meio de impostos, mas gera mais otimismo para a luta contra as barreiras que se interpõem às jornadas. Com tantos percalços, podemos definir como guerreira a determinação das empresas se transformarem mesmo com esse imenso fosso aberto.

Por que, em vez de jogar junto em 100% do processo, governos têm insistido em usar a própria cabeça, leia-se ideologia, com narrativas dicotômicas e fora da realidade mercantil? 

O Brasil enfrenta o próprio dilema ao optar por benchmarks caducos que nos comparam à mediocridade de Maduros e outros opositores do desenvolvimento com base naquilo que pode agregar valor a um país.

Com a grandiosidade dessa terra ‘brasilis’ em que se plantando tudo dá, expressão que está na carta de Pero Vaz de Caminha datada de 1º de maio de 1500, não dá para digerir o discurso de desmatamento a qualquer custo, negação à imunização e fake news. Comportamentos que são completamente inadequados à globalização e aos preceitos da dignidade humana. E dos preceitos técnicos e estruturais da economia. 

Alguns setores econômicos ainda sentem na pele as dores da crise iniciada em março de 2020. Mesmo assim, resistem à tentativa de fechar portas e interromper sua história. Esses lutadores brasileiros não desistem e investem na ressignificação. Porque uma empresa reflete o sentimento da sociedade, que é gerar riquezas, empregos e impostos.

A paridade com o dólar faz parte. Mas, diante de um cenário cada vez mais caótico, muita gente já se arrependeu do voto de confiança que deu à mudança de status quo. Que mudou, mas não a condição de continuar batendo pesado no agente que remunera as operações do poder público, que é a empresa. Empresa gosta de empregar. E não de abrir mão da sua força motriz, que é o trabalhador. Esse ônus é de governos.

O país está cansado do toma lá dá cá. Esse viés é nocivo. Imprudente. E um vício que corrói o discernimento. A maldita herança de conceder benesses às bases que dão apoio é uma miopia. No caso do atual governo, essa falta de visão trai aqueles que depositaram nas urnas a fé de que a nossa república finalmente se tornaria algo robusto e não mais afeito a chacotas.

Como o brasileiro não desiste nunca, a chance de tentar de novo tem data marcada: o pleito eleitoral de 2022.

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70 ANOS
Sou testemunha da importância da ESPM para a estrutura da publicidade brasileira e da formação de profissionais que se tornam líderes de negócios da economia criativa. Os campi de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro estão sempre lotados de gente interessada em aprender a gestão e a base da comunicação mercadológica e, consequentemente, ativar todas as indústrias que buscam consumidores para seus produtos,  serviços e ao conhecimento de marcas. Hoje sob o comando executivo do publicitário Dalton Pastore, a ESPM prepara pessoas para gerir negócios. 

Há 70 anos, quando começou a funcionar, no dia 27 de outubro de 1951, a busca sempre foi pela maturidade e a segurança de que, por meio da ciência do marketing, a fluidez da sociedade ocorre naturalmente.

Essa maturidade é ratificada hoje, mas a base está no primórdio das primeiras turmas que ocupavam parte do antigo prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp), materializando um sonho do escritor e publicitário Rodolfo Lima Martensen, endossado por Pietro Maria Bardi, o mentor do Masp, e por Assis Chateaubriand, o barão da mídia à época e fundador dos Diários Associados.

O sonho de Martensen foi levado adiante por outros presidentes que deixaram sua marca no alicerce dessa escola que me emociona pelo seu papel de formar indivíduos e cidadãos, entre os quais Otto Hugo Scherb, Francisco Gracioso, Luiz Celso de Piratininga Figueiredo e José Roberto Whitaker Penteado. Dalton Pastore costura essa história com maestria, agregando novos conhecimentos que estabelecem uma ponte para o futuro da ESPM e de continuar sendo uma agregadora para a formação de empresários visionários.

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GÊNERO NEUTRO
Matéria de capa desta edição aborda as características da nova linguagem neutra, um paralelo ao masculino e feminino, que começa a ser utilizada pelas marcas, com mais frequência nas redes sociais. A linguagem muito explorada pelos jovens adota, por exemplo, o @ no lugar do “a”; e o “e” substituindo o “o”. A grande maioria dos profissionais consultados pelo PROPMARK afirma que o mercado pode e deve usar o gênero neutro na comunicação das marcas, desde que com informação e consciência da importância que ele tem para promover inclusão.

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GARRA DO GALO
Após um hiato de seis anos, o tradicional Prêmio Contribuição Profissional, promovido pela APP (Associação dos Profissionais de Propaganda), volta atualizado, com novidades nas categorias e mais diversidade. Pela primeira vez, haverá mais mulheres no pódio para receber o Troféu Garra do Galo, que reconhece profissionais que realizam ações que valorizam as atividades do mercado da comunicação. Entre os 13 premiados, há dois nomes do PROPMARK: a editora-chefe Kelly Dores e o cartunista Dorinho. Parabéns a todos os vencedores desta importante premiação para o mercado!