O último encontro nacional da diretoria-executiva da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) no ano, realizado na cidade de Campinas (SP), na semana passada, teve tom de “retrospectiva 2013/perspectivas 2014”. Nele, foram discutidos assuntos como a situação do mercado, novidades na área de publicidade infantil, sustentabilidade, normas e tributação. “Esperávamos um ano melhor. O desempenho deste ano foi afetado por um PIB (Produto Interno Bruto) pequeno, e também por alguns fenômenos de comportamento, como as manifestações do meio do ano e a falta de governança dos políticos em relação a isso. Esses fatores amainaram um pouco o nosso mercado, o que fará com que 2013 tenha um crescimento menor do que o esperado, girando entre 4,5% e 5%”, afirmou Orlando Marques, presidente da Abap.
Em relação às perspectivas para o próximo ano, o executivo espera mais um ciclo apertado para os negócios no setor. “Acho que não teremos um desempenho brilhante. Vai ser um ano que irá desafiar muito as nossas habilidades e esforços, com baixa expectativa de crescimento – menor ainda do que este ano, acompanhando a economia”, ressaltou Marques, que levou em consideração a campanha eleitoral como mais uma barreira ao crescimento do mercado. “Porém, não podemos deixar o cliente desanimar com as más notícias de economia e política. Eles continuam precisando vender e lançar produtos. O cenário vai ser difícil, mas não dá para baixar a guarda”, completou.
A evolução das agências e clientes regionais foi posta como um dos principais propulsores do crescimento do mercado publicitário no próximo ano, sendo uma das maiores janelas a ser aproveitada. “É o que vai fazer e está fazendo a diferença. Acho que teremos mais oportunidades no interior e no Norte/Nordeste, com mais possibilidades e verbas por parte dos clientes nas operações regionais. Cada vez mais estou convencido de que o desempenho regional vai impulsionar o crescimento do bolo”, acredita Marques.
Apontando as principais tendências para 2014, o presidente da Abap citou a migração para as multitelas como um fenômeno a ser entendido, bem como as ondas sociais de público, o estudo e aproveitamento de dados a respeito do consumidor e uma regulação e transparência de todos os players na mídia digital.