Um artigo publicado por pesquisadores americanos da Northeastern University de Boston, da University of Southern California e do instituto Upturn sugere que o Facebook discrimina determinados anúncios de acordo com a raça e gênero dos usuários, mesmo quando os anunciantes não selecionam esse tipo de segmentação.
O estudo investiu cerca de US$ 8.500 em anúncios na plataforma para determinar se a escolha de audiência estava sendo distorcida pela empresa. Foram criadas comunicações para venda e alugueis de casas no estado da Carolina do Norte, e enquanto a publicidade de venda foi entregue a 75% de usuários brancos, os anúncios de aluguel foram exibidos para um público mais diversificado.
O experimento também criou anúncios iguais utilizando imagens de famílias brancas e negras. Enquanto o que continha a família branca foi veiculado para 85% de usuários brancos, o de negros apareceu apenas para 73% de usuários brancos. Ambas as peças haviam sido criadas com segmentação idêntica.
Os pesquisadores publicaram ainda vagas de emprego, e descobriram que o tipo de função também afetava o alvo. 90% dos impactos de uma vaga na indústria de madeira foi em homens e 72% em pessoas brancas. Já para a posição de caixa de supermercado, 85% do público que recebeu a peça foi de mulheres. Empregos em empresas de taxi, por sua vez, receberam destaque para um público de 75% de negros.
A publicação acredita ainda que os sistemas de segmentação do Facebook possam estar fazendo essa distribuição de forma automática, sem interferência proposital da companhia.