A quinta edição do Radar Jovem, estudo conduzido pela B2, foi voltada principalmente para entender o impacto do smartphone e da publicidade na vida do jovem brasileiro. O levantamento foi feito por partes. Na primeira, foram selecionadas 60 empresas dos segmentos de tecnologia, varejo, telecomunicação e entretenimento, das quais 35% possuem um faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão. Na segunda, mais de 2,6 mil pessoas, de 17 a 30 anos, foram ouvidas a respeito das campanhas feitas pelas empresas selecionadas. O resultado, de uma forma geral, demonstra que os anunciantes estão na contramão do que espera esse público.
Para se ter uma ideia, enquanto milhões de reais são investidos em publicidade nos canais de televisão, cerca de 35,2% dos entrevistados afirmam terem lembrança de campanhas publicitárias via Facebook. Na sequência, os meios mais lembrados foram TV aberta com 32%, Youtube com 14%, TV fechada com 10%, outros (Snapchat, E-mail, Outdoor, Rádio) somaram 10%, Instagram com 9%, anúncio em sites com 6%, Whatsapp, metrô e relógio de rua somaram 9% e o restante (ônibus, jornal, revista, cinema e twitter), juntos, totalizaram 7%.
Os segmentos mais lembrados pelo jovem foram os de bebidas, com 20% das citações, seguido por 8% nos alimentos, 7% para campanhas sociais, 6,7% para itens de moda, 6% para beleza e estética e 5% para instituições financeiras.
Dos 30 maiores anunciantes listados no índice, apenas quatro não foram citados pelos jovens da pesquisa: Supermercados Guanabara, Reckit Benckiser ou suas submarcas, como Petrobras, e Grupo Pão de Açúcar.
Para o CEO da B2, Ricardo Buckup, a pesquisa mostra que a estratégia a ser priorizada é a da assertividade. “Mais do que medir o impacto publicitário, comercial e o costume desse consumidor, o estudo deste ano é um material importante para que as empresas saibam como direcionar suas estratégias e agregar mais valor aos seus produtos. É essencial focar aonde o jovem vai ver a marca e orientar a campanha da melhor maneira”.
Abstinência
O Radar Jovem teve ainda uma terceira etapa. Nela, 90 jovens de todo o Brasil foram selecionados para realizar atividades rotineiras – como dirigir, fazer compras, treinar, e refeições em restaurantes – sem o smartphone. O resultado foi que 55% dos entrevistados tiveram sentimentos negativos, como falta de controle, sensação de abandono, desconforto e até angústia. 18% sinalizaram indiferença, explicando que as atividades foram realizadas com algumas pequenas mudanças, mas sem nenhuma grande dificuldade aparente, e apenas 27% tiveram percepções positivas sobre a experiência, associadas a pensamentos como liberdade, leveza, foco e uma interação social muito maior.