Levantamento do ecossistema Sinapro/Fenapro indica cenário otimista para este ano e, ao mesmo tempo, desafios de gestão para o mercado

A mais recente edição da pesquisa VanPro, conduzida pelo ecossistema Sinapro/Fenapro com 256 agências de 18 estados e do Distrito Federal, aponta um crescimento significativo no setor publicitário.

Em 2024, 47% das agências registraram aumento de receita, consolidando um cenário positivo para o mercado. Enquanto isso, 35% mantiveram a estabilidade e 18% sofreram queda.

Como um dos principais indicadores do mercado publicitário, a pesquisa auxilia agências na preparação para os desafios e oportunidades dos próximos anos.

O estudo revela ainda que 69% dos entrevistados preveem um 2025 ainda mais promissor, levantando a bandeira verde para o mercado. Enquanto 23% preveem estabilidade e apenas 4% esperam um cenário ruim ou muito ruim. O otimismo cresceu em relação à última edição do levantamento, quando 64% sinalizavam boas perspectivas. Além disso, o número de agências que enxergavam um futuro negativo caiu 4 pontos percentuais, enquanto a parcela que não conseguiu realizar previsões oscilou de 3% para 5%. Já a expectativa de estabilidade recuou de 25% para 23%.

Roberto Tourinho, presidente do Sinapro-SP e integrante do GT da Fenapro, aponta os esforços das instituições: “Nossa meta é impulsionar o desenvolvimento de novas iniciativas e ferramentas que auxiliem as agências a superarem esses desafios, por meio de um planejamento estratégico sólido, orçamentos empresariais bem estruturados, otimização de recursos e ampliação das oportunidades de crescimento”.

Apesar do crescimento expressivo do setor, o levantamento também destacou uma disparidade dentro do setor: entre as agências que enfrentaram dificuldades, um terço registrou perdas superiores a 30% na receita. Segundo a Fenapro, esse resultado “sugere que desafios como gestão de processos, captação de clientes e novos negócios podem influenciar o desempenho”. Já dentre as que registraram aumento na receita, 25% tiveram um incremento superior a 30%; 58% aumentaram a receita entre 10% e 30%, e 17% obtiveram resultados inferiores a 10%.

Os principais desafios enfrentados pelas agências estão descritos no quadro abaixo, entre eles, gestão de processos e equipes, e gestão comercial e captação de clientes, com os índices mais altos.

O fato de apenas 20% das agências destacarem a retenção de clientes como um desafio central sugere uma mudança de foco no setor. Para a Fenapro, isso indica que “a baixa menção à retenção indica que as agências estão focadas nas causas que impactam a fidelização, como desempenho da equipe e gestão de processos. O foco parece estar em criar as condições para um bom atendimento — e não necessariamente na retenção como fim, mas como consequência dessas ações estruturantes”.

Inteligência artificial

Sobre o uso de IA nas agências, 70% afirmam adotar ferramentas gratuitas e pagas; 16%, apenas as gratuitas; 9%, apenas as pagas, enquanto 5% não utilizam. A área criação se sobressai no uso, com 66% do percentual (que pode incluir a arte e redação, entre outras atividades), seguida pelo planejamento, com 25%; atendimento, com 16%; mídia e produção, com 14%; redação, com 10%; gestão, com 6%; e digital, com 4%.

“A crescente adoção de ferramentas de automação e IA nas agências reflete uma mudança em busca de competitividade, inovação e agilidade nas tarefas”, destaca Ana Celina, diretora da Fenapro.

Ela observa que a IA pode ser uma importante aliada na automação de tarefas repetitivas, no aprimoramento analítico, para a obtenção de insights mais profundos a partir da análise de dados e, principalmente, para promover um melhor aproveitamento dos profissionais alocados em determinadas áreas e funções. “O desafio é alinhar o entusiasmo com a IA a uma estratégia no dia a dia das agências”, completa.

(Crédito: Foto de Freepik)