Em 1968, quando chegava ao mercado editorial a revista Exame, o Brasil passava por intensas transformações políticas e econômicas. Passados 50 anos, o país se vê novamente em um cenário onde as discussões e análises continuam relevantes para a compreensão de qual deve ser o caminho da sociedade. Nesta terça-feira (11), a publicação da editora Abril reuniu profissionais dos segmentos de economia e política para o Café Exame, em São Paulo, para aprofundar as discussões em relação ao novo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Com patrocínio da Refit e Confederação Nacional da Indústria (CNI), o evento foi o quinto do ano em um ciclo que incluiu debates sobre a evolução da tecnologia, da infraestrutura, além de questões sobre saúde e educação pública. Segundo Roberto Caetano, redator-chefe de Exame, desde que surgiu, a publicação logo se mostrou valiosa e digna de ter uma identidade e caminho próprios.

“A gente foi tratando da economia e negócios do Brasil e fomos evoluindo juntos. E nos últimos anos essa plataforma foi ampliada, especialmente com a chegada de novas tecnologias, e a criação do nosso site e do aplicativo Exame Hoje. Até chegarmos a promoção de eventos como este Café Exame. Somos muito mais do que apenas revista. Somos uma plataforma dedicada a interseção da economia, política e negócios”.

O primeiro debate da manhã foi dedicado ao contexto político brasileiro, tendo como pano de fundo questões como os desafios da governabilidade do presidente Jair Bolsonaro, sua relação com bancadas temáticas no Congresso, como a da segurança, religiosa e ruralistas, e a relação do presidente com o próprio partido (PSL). O painel teve mediação de Fabiane Stefano, editora de Exame, além das participações de Sérgio Praça, professor da FGV e colunista da publicação e Rafael Cortez, analista político da consultoria Tendências.

A segunda discussão do evento teve como ponto principal a economia. A urgência para a aprovação da reforma da previdência e da reforma tributária foi o centro dos debates mediados por Caetano. Estiveram também no painel José Augusto Fernandes, diretor de políticas e estratégia da CNI, e José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.

“Acabamos de comemorar 50 anos. Temos um resumo da história recente por meio das nossas capas. Lá em 1968 foi um ano quentíssimo no Brasil e no mundo. E estamos novamente vivendo assim. O mundo sempre nos traz surpresas, elevando a temperatura das conversas”, destacou Caetano.