A força e a importância do mercado regional no mundo globalizado. Com esta pauta, João Batista Ciaco, presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat, presidirá o comitê sobre “Regionalização” no V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, que acontece entre os dias 28 e 30 de maio, em São Paulo.
O grupo vai discutir como a regionalização contribui para o desenvolvimento do mercado e como ajudar os profissionais a se preparem para atuar localmente. Para coordenar a comissão, Ciaco adianta que está realizando vários encontros com o objetivo de definir os detalhes da mesa. “A verdade é que é muito difícil implementar a cultura da regionalização. O mercado ainda está em fase de aprendizagem. Muitos querem fazer, alguns tentam e poucos conseguem”, afirma.
Segundo o executivo, serão quatro debatedores que vão abordar a questão da regionalização por meio de quatro perspectivas: dos anunciantes, dos veículos, das agências e do governo. “Sabemos que serão esses quatro olhares específicos para debater o tema, mas ainda estamos discutindo os nomes e cases”, explica. Em sua visão, a realidade atual dos mercados regionais mudou bastante em relação ao passado. “Antes havia a cultura do ‘agir local, pensar global’. Hoje é preciso inverter esse pensamento. É preciso compreender e captar as vozes regionais para que a gente consiga construir estratégias e planos de comunicação eficazes e relevantes para o consumidor e o mercado”.
O tema é bastante pertinente tendo em vista que as oportunidades regionais estão crescendo. O Brasil está se desenvolvendo além dos grandes centros e, por consequência, a comunicação também se estrutura a partir de novas regiões. “Nós temos que entender este momento e buscar as oportunidades para poder consolidar o nosso mercado”, argumenta Ciaco. Mas, na prática, o desafio não é tão fácil. Para o executivo, é preciso ter políticas de incentivo ao surgimento e ao desenvolvimento de empresas e talentos em mercados regionais do país por meio da criação de oportunidades locais. Durante o V Congresso, a comissão vai mostrar exemplos de empresas que souberam atuar localmente e os benefícios alcançados. “É um trabalho grande em torno de oportunidades”, diz.
Entre esses exemplos, Ciaco cita o Nordeste como o melhor case de mercado regional em desenvolvimento. “É um polo muito importante e a maneira como tem crescido demonstra a força do seu mercado. O interior de São Paulo também merece destaque. E as regiões Sul e Centro-Oeste também mostram um desenvolvimento a ser observado”.
Além de “Regionalização”, outras 12 comissões farão parte do V Congresso da Indústria da Comunicação. Armando Ferrentini, diretor presidente da Editora Referência, comanda “O futuro da profissão”; Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, preside “O consumidor com a palavra, sobre serviços de atendimento ao consumidor e pesquisa”; Armando Strozenberg, chairman da Euro RSCG Brasil, presidirá “Comunicação, crescimento econômico e desenvolvimento humano”; Nilton Monti, presidente da Frente Parlamentar para Defesa da Comunicação, “Comunicação one to one – personalização versus privacidade”; Alexandre Gama, sócio e presidente da Neogama/BBH, “Criatividade e sucesso”; José Carlos Salles Neto, presidente do Grupo M&M, “Sustentabilidade e comunicação”; o produtor Thomas Roth, da Lua Nova, comandará “Propriedade intelectual, legislação e ética”; Ricardo Scalamandré, diretor de negócios internacionais da Rede Globo, “As empresas de comunicação brasileiras, o mercado global e a marca Brasil”. A comissão “Novos caminhos para criar e fortalecer marcas”, será presidida por Marcos Simões, diretor de comunicação da Coca-Cola Brasil; José Victor Oliva, da Holding Clube, estará à frente da comissão “Grandes eventos – desafios e oportunidades”; e Luiz Fernando Vieira, sócio e vp de mídia da Africa e presidente do Grupo de Mídia de São Paulo, é o responsável por “As novas tecnologias e as novas fronteiras da mídia”.