O CEO Leonardo Chebly diz que a empresa cresceu 110% em 2022, e diz que meta para ano que vem é de 70%

A Neooh foi lançada em março de 2020 e é uma das empresas do Grupo JChebly, que foi fundado em 1976. O processo evolutivo da empresa reflete as transformações pelas quais o segmento de mídia exterior passou desde a Lei Cidade Limpa e que continua passando, por exemplo agora com programática no escopo.

“Como o próprio nome já diz, a empresa foi criada justamente para trazer um novo conceito de OOH ao mercado. Desde seu lançamento, a empresa inova em projetos, ativos e em novas tecnologias integradas ao out of home”, destaca o executivo Leonardo Chebly, CEO da Neooh.

Confira a sua entrevista.

Qual é o tamanho do inventário? Poderia detalhar os formatos das mídias?
São mais de 12 mil telas e cerca de 80% delas são digitais. A Neooh trabalha com três principais focos para suas mídias estáticas e digitais, que são: primeiro, os grandes formatos de alto impacto; segundo, as telas sequenciais; e, terceiro, projetos especiais. Com estes três formatos diferenciados, criamos projetos icônicos e atraentes para a audiência, que geram impacto real e de resultado para os nossos clientes.

Como observa o cenário da mídia OOH no mercado brasileiro após as leis que restringiram a atividade e os benefícios dessa mudança?
Essas leis, introduzidas inicialmente na cidade de São Paulo, há 15 anos, foram importantes para padronizar e elevar a qualidade do OOH do país em geral. A poluição visual de outrora deu espaço e destaque para aquelas empresas que investem em bons equipamentos e novas tecnologias. Movimento semelhante aconteceu na privatização dos aeroportos, pois os novos gestores valorizam os melhores projetos e propostas de trabalho. Foi justamente neste novo contexto de gestão pela iniciativa privada que a Neooh avançou muito e atingiu a liderança consolidada no setor.

Por isso já nasceu phygital?
Nosso grupo já traz o conceito de phygital há muitos anos, com projetos de interatividade e espaços conceitos desenvolvidos para bancos, operadoras de telefonia celular, construtoras e montadoras desde 2006. Sempre investimos em novas tecnologias e inovações para clientes corporativos. Quando criamos a Neooh, a ideia foi justamente trazer o conceito phygital para o OOH, aumentando a interatividade e a experiência de marca com a audiência.

Leonardo Chebly, CEO da Neooh: 'Receita com programática começou a aumentar no segundo semestre' (Divulgação)

O sistema touch, como nos smartphones, tende a crescer? Como funciona no ambiente de mídia proposto pela Neooh?
O nosso sistema Phygital Touch faz com que o smartphone da audiência se transforme rapidamente e intuitivamente em um joystick que comanda os nossos LEDs. Dessa forma, criamos games elaborados sob medida para as marcas e permitimos que a audiência interaja com elas usando comandos no próprio smartphone. Pilotar um carro ou avião, bater um pênalti, responder a um quiz, tudo isto fica muito fácil e intuitivo com o Phygital Touch.

Como a tecnologia ajuda a garantir a assertividade dos investimentos dos anunciantes?
Possibilita uma melhor mensuração das campanhas de OOH. Hoje, temos diversas ferramentas e métricas que permitem o melhor investimento no nosso meio. A mídia DOOH programática chega para aumentar ainda mais este controle por parte dos anunciantes.

Como funciona o sistema de geolocalização com os smartphones?
Iniciamos nosso Phygital OOH justamente conectando todas as campanhas de DOOH com a mídia mobile geolocalizada. Muitas pesquisas já comprovaram que uma campanha publicitária que faz um trabalho conjunto em digital e OOH tem muito mais engajamento e resultado. Desta forma, criamos uma house digital dentro da Neooh para planejar e executar o retarget da nossa audiência de OOH. Mapeamos o público que é impactado e continuamos o diálogo nos smartphones dessa audiência, através de banners e outros formatos de interação.

A integração com o mobile mudou a perspectiva da mídia OOH antes meramente contemplativa?
Desde a chegada dos smartphones, a mídia DOOH deixou de ser usada apenas para construção de marcas e passou a oferecer mais produtos, serviços e promoções. A audiência é impactada pela mensagem do OOH e, em seguida, vai buscar mais informações sobre o produto ou serviço na tela de seus smart- phones. O out of home e o digital se complementam, sendo que o OOH serve, muitas vezes, de call to action para que as pessoas busquem mais informações no online.

O universo gamer também está presente na nova realidade do OOH?
Quando trazemos o conceito de phygital e interatividade para as nossas telas, juntamente com a produção de games personalizados para as marcas, um dos grandes públicos que atingimos é justamente o de gamers.

E o metaverso? Faz parte da estratégia da Neooh?
No início de 2022, adquirimos participação na Aioros Studios, empresa focada em desenvolvimento de games, realidade aumentada e realidade virtual. De lá para cá, temos avançado muito em novas formas de conexão e interação com as marcas. O metaverso, com certeza, faz parte de nossa estratégia e já iniciamos alguns modelos de exploração dessas possibilidades. O começo foi ainda em 2021, quando a Neooh se tornou a primeira empresa de OOH do mundo a fazer campanhas no mundo “real” e também no virtual, dos games. Entregamos campanhas para nossos clientes em painéis e telas virtuais inseridas dentro do ambiente e dos cenários dos jogos. Por exemplo, enquanto uma pessoa pilota um carro, os painéis do circuito virtual veiculam a campanha de um cliente da Neooh.

Quais as oportunidades para as marcas quando exibem publicidade nos aeroportos?
Os aeroportos são os equipamentos que impulsionam a economia de uma cidade, de um estado e do país, com seu grande público economicamente ativo. Sabemos disso, pois estamos presentes em cinco dos sete maiores terminais do país, que geram impacto de mais de 100 milhões de passageiros por ano. Neste ano, conquistamos ainda os 16 ativos administrados pela CCR Aeroportos, além de Viracopos (SP) e Porto Seguro (BA).

E nos terminais rodoviários?
Os terminais rodoviários apresentam algumas das características positivas dos aeroportos, como bom tempo de permanência e grande fluxo de pessoas. Possuem também a característica de viagens de negócios, com muitas pequenas e médias empresas utilizando-os como seu principal meio de transporte. Em paralelo, os terminais rodoviários complementam muitos dos trajetos não atingidos pelo transporte aéreo, permitindo que as pessoas se desloquem melhor dentro da malha de mobilidade nacional. Prova dessa interconexão é a recente pesquisa da Quaest, que mostra que 61% dos viajantes fizeram pelo menos uma viagem de ônibus nos últimos seis meses. Recentemente, conquistamos o circuito de mídia do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte e o Novo Rio, na capital fluminense. Com isso, temos 62 terminais por todo o país, entre eles os três principais – com destaque para o Terminal do Tietê, em São Paulo, líder em estrutura e número de passageiros. O impacto é de mais de 135 milhões de passageiros por ano, o que demonstra bem essa força.

Qual a experiência que os anunciantes podem obter no ambiente lúdico dos parques?
Com a mídia nos parques, a Neooh criou uma nova forma de fazer OOH. Por estarmos no meio da natureza e em ambientes de relaxamento e descontração, tivemos de planejar os mínimos detalhes da operação. Iniciamos com a preocupação em oferecer um conteúdo rico de informações sobre os parques e também sobre o seu calendário de eventos. Em paralelo, veiculamos conteúdos para conscientização do público frequentador e, com isso, reduzimos drasticamente o número de banners e cartazes que antes eram espalhados pelos parques sem qualquer padrão. Também cuidamos do design leve e harmônico dos totens e até mesmo da luminosidade dos mesmos, que ficam mais suaves no período noturno. Para complementar, compensamos 100% da pegada de carbono de toda a nossa mídia, ação que foi ampliada para todos os projetos da Neooh. Como resultado deste projeto, obtivemos um grande sucesso de público e de crítica. Os anunciantes veiculam suas campanhas em um ambiente de calma, lazer e descontração, onde o público permanece por horas se divertindo e se entretendo. E tudo isso já está sendo valorizado: em pesquisa recente realizada pela Prefeitura de São Paulo, os totens do Parque do Ibirapuera obtiveram 84% de aprovação por parte do público.

A realidade aumentada é aliada do DOOH? Como a Neooh aplica essa oferta?
A realidade aumentada é uma das grandes aliadas do OOH, pois possibilita criarmos campanhas que começam em nossas telas e se transformam em ferramentas úteis de informação, localização ou de cupons e prêmios. A realidade aumentada expande a fronteira do OOH e cria uma excelente experiência phygital de fusão do real com o virtual.

A programática está no radar?
A programática já é uma realidade na Neooh, que está conectada e operando com diversas plataformas. Neste ano de 2022, a nossa receita com programática começou a aumentar no segundo semestre e acreditamos que, em 2023, possa representar entre 3% e 5%, com tendência de crescimento significativo nos próximos anos.

E como pretende materializar a expansão do negócio?
Nosso crescimento orgânico está muito acelerado. Somente neste ano, trouxemos mais de 180 novos ativos para o nosso portfólio, entre aeroportos, terminais rodoviários, shoppings, parques e os demais. Para 2023, temos espaço para continuar a expansão orgânica e para fazer novas aquisições, que também são parte de nossa estratégia de crescimento. Em 2022, a Neooh cresceu 110% com relação a 2021. Para 2023, o nosso objetivo é crescer, pelo menos, 70% em relação a este ano, o que vai demandar continuarmos neste ritmo de expansão acelerada e aquisição de empresas e novas tecnologias.

E as agências especializadas em DOOH e OOH como a Rua Africa e
a Galeria?

Temos algumas agências excelentes que atendem aos grandes clientes com contratos de exclusividade e com ferramentas úteis, renomadas e estratégicas.