Como está o clima do mercado de comunicação no Brasil? Para responder parte desta pergunta se faz necessário ter em mãos a mais nova pesquisa VAN Pro (Visão de Ambiente de Negócios em Agências de Propaganda), uma iniciativa da FENAPRO – Federação Nacional das Agências de Propaganda. Desde o início de 2017, a federação começou a coletar dados de empresários de agências de propaganda de todo o Brasil. O levantamento é feito com 165 empresas em todo o país.
A mais nova mostra, com respostas coletadas no início de outubro deste ano, reflete a performance das agências no terceiro trimestre, além das perspectivas para o último trimestre e o ano de 2018, como um todo.
Temperatura morna
A julgar pelo resultado final, o mercado permanece sem muitas novidades. A soma dos percentuais das agências que declaram performance melhor ou igual permaneceu bem próxima (74% X 71,1%). Além disso, segundo o estudo, nessa expectativa eleitoral, parece que o Brasil está “andando de lado” quanto aos negócios de propaganda.
A região com melhor performance foi a do Nordeste, com 53,6% das agências declarando um trimestre melhor que o anterior. Nas demais regiões, a performance foi mais tímida, mas ainda preponderantemente melhor ou igual que o trimestre anterior. A única exceção foi a região Centro-Oeste, cujos percentuais de “Pior” ou “Igual” foram superiores ao de “Melhor”.
Bola para frente
Quanto ao futuro, embora a expectativa de melhora prevaleça em todas as regiões (com menor intensidade no Norte e no Centro Oeste), nota-se uma leve queda no nível de otimismo para o próximo trimestre. Mais agências estão apostando num trimestre parecido com o anterior, sem grandes mudanças.
A região NE mantem-se como a mais otimista, com 77,1% dos respondentes esperando um trimestre melhor ou pelo menos igual. Os estados mais otimistas são a Bahia (87,5% prevendo um 4º trimestre melhor ou igual) e o DF (71,4% prevendo um 4º trimestre melhor ou igual) Os mais pessimistas são o Pará (50% prevendo piora) e RN (40% prevendo piora).
Tudo na mesma
Com a aproximação final do ano, os gestores de agências estão se dando conta que o ano melhor que esperavam deve ficar mesmo para 2019. Depois de várias medições apontando para um otimismo com 2018, esta, referente ao terceiro trimestre, já demonstra uma acomodação para um ano igual a 2017.
Enquanto o percentual dos que tinham a expectativa por um ano melhor caiu de 51% para 36%, o dos que preveem um ano igual a 2017 subiu de 27% para 46%. O índice dos que esperam um ano pior caiu.
Disputa por contas
O quadro de Concorrências também se manteve praticamente inalterado com índices semelhantes aos do trimestre anterior. Quanto aos setores da economia mais promissores, a área de Serviços manteve-se a mais relevante, seguida do Setor Público e do Comércio.
“Ao se aproximar o final do ano, fica claro que o setor da propaganda entra num compasso de espera, na expectativa da atitude dos novos dirigentes governamentais que estão sendo definidos. Todos esperamos um 2019 melhor do que 2018.”, diz Glaucio Binder, presidente da Fenapro.