O índice de consumidores que pretendem efetuar uma compra de bens duráveis no período de janeiro a março de 2014 é significativamente menor ao verificado no mesmo período do ano passado – 49,6% ante 56,8% de 2013, o que representa uma queda de 7,2%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), a partir de pesquisa realizada em parceria com a Felisoni Consultores Associados.
A amostra, composta por 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa a intenção de compra e de gasto em relação a diversas categorias de produtos (“Eletroeletrônicos”, “Informática”, “Cama, mesa e banho”, “Cine e Foto, Móveis”, “Telefonia e Celulares”, “Material de Construção”, “Linha branca”, “Vestuário e Calçados”, “Automóveis e Motos”, “Imóveis”, “Eletroportáteis” e “Viagens e Turismo”). Entre os itens que serão mais adquiridos pelos paulistanos no início de ano, “Vestiário e calçados” desponta como o principal, com 17,8%, seguido de “Viagens e Turismo”, que soma 13%, e “Linha Branca”, com 10,6%. A intenção de gastos das famílias com esses itens é menor em quase todas as categorias no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2013.
Já a intenção de compras na internet, que ficou em 88,3%, apresentou crescimento de 4,4% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao igual trimestre de 2013 (83,9%). Na web, os produtos que serão mais adquiridos são “Telefonia e celulares”, com 29,6%, “Informática”, com 29,1%, e “Eletroeletrônicos”, com 26,8%.
“As pessoas estão mais cautelosas em termos de compras, o que pode significar um amadurecimento do consumidor brasileiro”, afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar/FIA.
Renda
O comprometimento de renda das famílias ainda é alto, sobrando somente 9% para novos gastos. Crediário e alimentação são os principais responsáveis pelo resultado – cada item foi responsável pela redução de 21% da renda. Os gastos com educação ficaram em terceiro lugar, com 19,9%.
A intenção de compra de imóveis teve um impulso no começo do ano, com 5,8% dos entrevistados sinalizando interesse de compra, ante 2% no trimestre anterior. O valor médio gasto pelo paulistano para a compra é o maior já registrado: R$ 195.172,00.
Segundo Angelo, Copa do Mundo e eleições podem ser propulsores de vendas, mas, mesmo assim, não possibilitarão um crescimento vigoroso das vendas totais no varejo em 2014. “Materiais esportivos, TVs, viagens e turismo serão beneficiados pelos eventos, mas as vendas de automóveis, imóveis e materiais de construção devem sofrer”, explica.