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Segundo o estudo ‘Getting to Equal 2020’, realizado pela Accenture, a comunidade LGBTQIA+ ainda enfrenta muitos desafios no mundo corporativo. Intitulada ‘Visible Growth, Invisible Fears’, a pesquisa põe em foco a relação entre identidade, expressão de gênero ou orientação sexual e trajetória profissional. 

No Brasil, onde as pessoas da comunidade LGBTQIA+ tendem a falar mais sobre o assunto no ambiente de trabalho – 36% dos brasileiros responderam ser muito abertos, enquanto a média global foi 31% -, mais da metade, cerca de 55% desse grupo acredita que expressar sua identidade de gênero ou orientação sexual no trabalho impacta suas carreiras negativamente. 

“Essas divergências explicam por que sentimentos de desamparo e receio entre funcionários LGBTQIA+ no trabalho permanecem altos, apesar de termos visto avanços sobre o tema no mundo corporativo”, diz Rafael Bonini, diretor de estratégia e consultoria na Accenture.

Ainda segundo o levantamento, a maioria das empresas não garante um ambiente acolhedor ou seguro o suficiente para que esses funcionários prosperem. Metade dos colaboradores LGBTQIA+ entrevistados no Brasil aspiram a se tornar gestores sêniores, enquanto, globalmente, esse perfil não passa de 27%. Ainda assim, esses anseios se chocam com a falta de respaldo das lideranças. Apenas 14% dos funcionários LGBTQIA+ em todo o mundo se sentem completamente apoiados por seus chefes nas discussões sobre melhorias das condições de igualdade e da receptividade a profissionais LGBTQIA+ na organização. Do outro lado, 68% dos líderes globais acreditam criar ambientes inclusivos. 

“Precisamos ultrapassar a ideia de trazer essas discussões de causa só dentro de uma agenda específica ou apenas no mês de conscientização da diversidade. Essa questão permeia a inovação no mundo corporativo. Colocar a equidade como prioridade da cultura da empresa durante todo o ano aumenta o engajamento das pessoas com a organização e, dessa forma, contribui para o crescimento e o desenvolvimento de adaptação das empresas, fator que vem se mostrando essencial para os negócios”, ressalta Bonini. 

No mundo, apenas 21% dos líderes LGBTQIA+ em posições gerenciais ou acima costumam assumir abertamente sua identidade, expressão de gênero ou orientação sexual. Globalmente, 71% dos colaboradores LGBTQIA+ dizem ser importante haver líderes abertamente LGBTQIA+ para a evolução do cenário dentro das empresas, de modo que eles mesmos possam prosperar. Confira aqui o estudo completo.