Em 2017, o Facebook mudou sua missão para colocar as comunidades no centro. A decisão promove iniciativas como as apresentadas nesta quarta-feira (16), durante o Facebook Summit 2019.
Flavia Goulart, head of community partnertship Latam da empresa, iniciou a apresentação compartilhando dados sobre o tema. “As comunidades giram em torno de interesses. Pode ser uma expertise, uma crença, uma paixão”, explica a executiva.
Os usuários compartilham “as mesmas dores, mesmos medos, vontades” e isso gera uma conexão tão profunda que, segundo Flavia, é possível perceber o “tecido social que vinha se desgastando começando a se recompor”.
Em números, as comunidades também são impactantes. “A gente tem dezenas de milhões de grupos, mais de 1,4 bi de usuários fazem parte de comunidades e estão ativas em grupos todos os meses”, comenta. “As comunidades rompem uma nova barreira do relacionamento social quando permitem relacionamento de muitos para muitos”, analisa.
As marcas são bem-vindas neste cenário. “As comunidades não só veem com bons olhos, mas esperam a contribuição”, revela.
Paula Pfeifer, criadora do Crônica Da Surdez + Surdos Que Ouvem, explicou sua trajetória. Aos 16 descobriu um problema auditivo. Em 2010 ela criou um site. A história virou dois livros, fanpage e Instagram. O objetivo era que as pessoas pudessem se ajudar. “Hoje nas plataformas do Facebook nossa comunidade já tem em torno de 90 mil pessoas contando grupo, fanpage e Instagram”, explica.
Henrique Lopes é criador do grupo e Instagram da Gina Indelicada. “Temos o foco principalmente em mulheres. Minha história começou há sete anos, com uma paródia da Gina dos palitos. Resolvi que ela ia ser malvada. Os seguidores mandavam qualquer pergunta e eu responderia de forma indelicada. As respostas viralizaram”, lembra.
O grupo funciona como um entretenimento e também autoajuda. São, aproximadamente, 150 mil publicações por mês, mais de 17 milhões de comentários e 66 milhões de reações. As “palitas”, como são chamadas as usuárias, se ajudam.
Lopes ressalta que qualquer marca que busque parcerias não deve apenas procura-lo, mas aproveitar os membros do grupo. “Se eu pudesse dar um conselho, diria que não usar só o líder como parte da ação, mas o público do grupo”, ensina.
Já a curitibana Mônica Berlitz é criadora Clube da Alice. O grupo possui mais de 540 mil mulheres e conta com mais de 2,5 milhões de reações por mês. “Desde o começo elas se identificam como Alice”, revela.
Além de promover o empreendedorismo das membros, a comunidade também faz parcerias diversas com marcas, pois, segundo Mônica, trata-se de “um espaço saudável para elas mostrarem seus produtos e serviços”. Um dos exemplos é a Karsten. “Ficamos felizes quando o diretor disse que estava abrindo sua segunda loja em Curitiba graças aos sucessos dos posts no grupo. Nada disso seria possível sem o Facebook”, finaliza.