Crédito: Bank Phrom/Unsplash

Se a propaganda é a alma do negócio, a competição é o que mantém o mercado vivo. Seja de qual setor forem, as empresas precisam ter concorrentes para mirar e melhorar seus produtos e serviços. E do lado do consumidor, quanto mais opções de escolha ele tiver para comprar, melhor. Essa máxima também se aplica aos veículos de comunicação.

Afinal, quanto mais diversidade de opiniões o público tiver à disposição, mais bem informado ele será. É pouco inteligente pensar que apenas um veículo por segmento de atuação seria o suficiente para termos a tão desejada pluralidade de opiniões. No entanto, concorrentes também podem se unir. Num momento de pandemia sem precedentes como essa que estamos vivendo com o novo coronavírus, exemplos não faltam de marcas se unindo para promover o bem coletivo, com doações milionárias e se organizando para produzir máscaras, respiradores e tantos outros itens para combater os efeitos da pandemia.

No mercado publicitário, há uma coalizão formada por entidades como Abap, Ampro, Apro e Fenapro, cujo objetivo é reivindicar junto ao governo federal medidas para preservar o setor de comunicação. Já a ANJ (Associação Nacional de Jornais) encabeça campanha para a valorização da informação jornalística, sob a hashtag imprensacontraovirus. Uma iniciativa louvável para fortalecer o jornalismo veio do Google, por meio do Google News Initiative.

A empresa lançou no último dia 15 o Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo. O objetivo é oferecer apoio financeiro a milhares de pequenos e médios veículos de todo o mundo, bem como a empresas que cobrem o noticiário local. Veículos de imprensa de qualquer lugar podem se inscrever para receber recursos. De acordo com o Google, o financiamento será aberto a organizações de mídia que produzem conteúdo original durante a crise atual.

A iniciativa vai contemplar com dezenas de milhares de dólares desde pequenas redações a empresas jornalísticas de maior porte. Trata-se de um alento, uma luz no fim do túnel para veículos que já enfrentam há alguns anos a chamada ‘crise da mídia’ (que provocou o fechamento de diversos jornais e revistas) e que foi acentuada com a pandemia, devido à maior queda da receita publicitária.

O que não pode acontecer, porque as marcas não devem parar de se comunicar e os veículos sobrevivem de verbas – sejam anúncios, branded content ou qualquer outro formato especial. Pode ser contraditório, mas ao mesmo tempo em que a credibilidade do jornalismo profissional está em evidência, numa época de busca frenética por informações de fontes confiáveis e em que as audiências das TVs atingem recordes históricos com as pessoas confinadas em suas casas, há uma parte da imprensa que está sofrendo.

Alguns chegaram a cogitar a ‘morte’ dos impressos devido ao risco de contaminação (um certo exagero). Obviamente, o digital está mais forte agora. No PROPMARK, publicamos entrevistas diárias (no site) com publicitários para saber como está o pulso dos negócios. E o impresso, que continua sendo entregue a centenas de profissionais em suas casas, semanalmente traz uma cobertura mais aprofundada da crise com análises e matérias especiais.

Em breve, circulará a edição de aniversário dos 55 anos do PROPMARK com a campanha E agora? Tudo mudou, mas a vida continua. O que vem depois da Covid-19?, assinada pela F&Q Brasil. Nesse especial, apresentaremos as reflexões de grandes nomes do mercado da propaganda sobre o momento atual e o futuro, porque, afinal, muita coisa deve mudar.