Em 2016 uma pesquisa anônima intitulada ‘Como é trabalhar aí?’ começou a circular na internet. Nela, três perguntas simples chamaram a atenção de funcionários e empresas: “Agência que trabalha?”, “Cidade?” e “Comentário?”. Dois anos depois da fase inicial, o questionário voltou a circular pelas redes sociais, mas, desta vez, ganhou uma análise realizada pela consultoria de pesquisa Wonderboom.
Os dados coletados traçam um pequeno panorama do mercado de publicidade no Brasil. Segundo a Wonderboom, a pesquisa recebeu mais de 2.200 respostas em 10 dias e tem como finalidade o diálogo entre as agências, associações e profissionais. Todas as experiências e questões de trabalho relatadas pelos publicitários podem ser conferidas no site ‘E aí, como é que tá lá?’.
Cerca de 485 agências brasileiras, de todas as regiões, foram citadas na pesquisa. Deste total, 33 empresas figuram entre as 50 maiores agências do país. Mesmo com respostas livres, os comentários foram divididos em nove categorias e apresentaram 71% de menções negativas e 29% positivas. Questões sobre ética, profissionalismo e responsabilidade são os que mais chamam a atenção nos resultados.
Cerca de 38% dos colaboradores revelaram falta de reconhecimento e motivação por parte das empresas. Funcionários não enxergam perspectiva de desenvolvimento profissional. Já 45% dos participantes informam que a relação com os chefes não vai bem, e que faltam líderes inspiradores que respondam às expectativas de admiração profissional e pessoal.
Discriminação, assédio e violência também chamam a atenção nos resultados. Nessa linha, 25% acreditam que o ambiente é machista, já outros 25% citam o assédio moral como um dos problemas que precisam ser resolvidos pelo mercado.
Reclamações sobre direitos trabalhistas como receber salários em dia, remuneração desigual e falta de registro em carteira foram mencionados: 58% citam o salário baixo e desigual e 31% práticas irregulares.
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