O estudo “Feiras de Negócios no Brasil”, realizado pela Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras), mostrou que são 2.222 feiras em 2014 por todo o Brasil. A região que concentra mais eventos é a Sudeste, com 48% do total (1.074 feiras), sendo 612 em São Paulo, 362 em Minas Gerais, 76 no Rio de Janeiro e 24 no Espírito Santo. Na região Sul, serão 30,6% dos eventos (676 feiras). O Nordeste receberá 10,4% das feiras (232 edições), o Centro-Oeste 6,8% (153 eventos) e o Norte, 3,9% (87 feiras).

Há cerca de três anos, a entidade sugeriu incluir no levantamento das feiras, além das voltadas para B2B, os eventos ligados ao agronegócio. “Quando levávamos os calendários de feiras para o exterior e falávamos da importância do agronegócio no Brasil, sempre nos perguntavam sobre como poderiam fazer parte disso. Neste ano, conseguimos juntar esse número”, explicou Armando Campos Mello, presidente-executivo da Ubrafe.

A entidade se debruçou sobre uma amostra de 160 feiras, que reunirão 49 mil expositores, sendo oito mil desses estrangeiros. O conjunto representa 50 segmentos econômicos, 3,2 milhões de metros quadrados em uso de pavilhões e 4,1 milhões de visitantes qualificados.

Um outro levantamento da Fipe/Ubrafe considerou o impacto econômico das feiras de negócios na cidade de São Paulo. Ao todo, são movimentados R$ 16,3 bilhões, sendo R$ 8,97 bilhões em investimentos diretos. Desses, R$ 1,65 bilhão em promotores; R$ 1,858 bilhão em montadores; e R$ 5,74 bilhões com outros gastos dos expositores, incluindo os custos com comunicação. “Existe uma publicidade específica para feiras que, aqui em São Paulo, ficou um pouco prejudicada com a Lei Cidade Limpa. Com isso, as empresas investem mais na publicidade indoor, nos estacionamentos e nos próprios pavilhões”, contou Mello. A pesquisa não mostra isoladamente qual seria esse número.

Nas cidades onde ainda são permitidos, os outdoors sempre têm papel importante na divulgação dos eventos que acontecem na região.

Entre os valores indiretos gerados com as realizações das feiras no Estado de São Paulo, estão R$ 4 bilhões em gastos dos turistas na cidade. Esse montante é dividido entre 47,4% com hospedagem, 28,3% com alimentação, 11,2% com compras, 9,9% com transporte, 0,7% com lazer e 2,5% com outros custos.

Os gastos com o transporte até o local da feira representam R$ 2,56 bilhões só entre os turistas. Os residentes gastam R$ 0,76 bilhão com transporte até o local da feira e alimentação no local.

A pesquisa realizada pela Ubrafe também mostrou que o setor de eventos recebe no Estado 8,8 milhões de visitantes, sendo 47% turistas. “Chamamos de turistas os que passam a noite fora de casa e residentes aqueles que vêm e voltam no mesmo dia, mesmo que morem longe do local da feira”, explicou Mello.

Entre os 3,8 milhões de turistas, 70% se hospedam em hotéis, o que gera a ocupação de 6,5 milhões de unidades habitacionais (apartamentos) no ano. “Isso gera uma média de 230 mil pessoas por mês”, falou o presidente da Ubrafe.

A pesquisa deve ser repetida daqui a cerca de dois anos, quando novos pavilhões devem ser abertos. “O São Paulo Expo (antigo Expo Imigrantes), por exemplo, anunciou a ampliação em mais 50 mil metros quadrados e o Center Norte outros 30 mil metros quadrados”, anunciou Mello.