Revista de negócios já usa inteligência artificial em várias ações para se comunicar com maior eficiência e rapidez com os clientes e os leitores

O CMO da Exame, Fernando Miranda, que faz parte do grupo desta edição de Profissionais de Veículo, afirma que um dos grandes desafios atuando no atual cargo é “manter sempre uma conversa relevante com o cliente, trazendo novidades”. “O mercado de mídia e educação está saturado de mais do mesmo, minha missão aqui é criar um produto diferente, que gere impacto e lembrança na mente do cliente”, analisa.

Experiência para manter o tônus da revista de negócios não falta. Miranda está no mercado de trabalho nas áreas de marketing e comercial há mais de dez anos, com passagens pelo Banco do Brasil e pelo Infomoney, da XP Inc..

Ele conta que uma das ações do título nos últimos tempos em termos de inovação foi a contratação recente da head de educação, Heloisa Jardim, que comanda a Exame Academy. “A Heloisa vem de Harvard, uma das instituições mais respeitadas do mundo, e está em linha com o que queremos em termos de profissionais altamente qualificados. Além disso, em breve vamos anunciar algumas aquisições interessantes, que vão revelar mais sobre para onde o Grupo Exame caminha e para onde vamos investir nossos esforços de inovação”, comenta. O executivo revela ainda que a CTO Izabela Anholett já tem liderado frentes de recomendação de conteúdo para os leitores utilizando inteligência artificial. “Outra inovação que estamos liderando é na frente de newsletters. Hoje já temos uma inteligência artificial que envia o conteúdo personalizado para o cliente no momento em que ele está com o e-mail aberto”, conta.

Fernando Miranda: “Acreditamos que ainda há formas para contornar as dificuldades” (Divulgação)

As estratégias comerciais e as expectativas da Exame para este ano estão, segundo ele, cada vez mais focadas em se desenvolver como mediatech para entregar aos clientes, leitores e consumidores um modelo de mídia que vá além da informação propriamente dita. “Com toda a tradição e autoridade que a Exame conquistou ao longo dos anos, hoje enxergamos que são inúmeras as potencialidades para desdobramentos de negócios, especialmente na área da educação.”

Miranda fala da Exame Academy, que hoje é responsável por uma parcela significativa da receita total da revista, e isso “é um sinal de que a busca por qualificação e formação pode estar diretamente associada ao ambiente digital da informação”. “Hoje temos especialistas de diversas áreas que, além de produzirem conteúdo, oferecem capacitação por meio de cursos livres até MBAs e cursos de pós-graduação, por exemplo”, argumenta, acrescentando: “Temos tradição nas premiações como Melhores do Mercado, Maiores e Melhores, Superagro, Fórum de Infraestrutura, Cidades e Investimentos, entre outros, que são rankings e eventos que fomentam o mercado e os negócios brasileiros”.

Para ele, a mídia impressa e online brasileira, há anos, vem se transformando drasticamente, nos dois ambientes - físico e digital. “Certamente os novos modelos de publicidade e anúncios, e a própria mídia digital, tornaram o panorama da mídia tradicional, de papel, muito mais complicado. Além de ferramentas e novos mecanismos de propaganda e comercialização, há uma questão geracional, na qual hábitos estão transformando o interesse por determinados tipos de canais de comunicação”, opina.

Mas, segundo ele, não há como negar o importante papel da mídia impressa no que diz respeito à credibilidade. “Nesse sentido, acreditamos que ainda há formas para contornar as dificuldades apresentadas. Sobre o online, depois da mídia programática, haverá outras pequenas revoluções, por isso a necessidade constante de se reinventar e entregar soluções e conteúdos relevantes”, afirma.

Miranda fala que uma das maneiras mais eficazes de enfrentar as mudanças de perfil do leitor é ouvindo-o, “descobrindo o que ele vem buscar na Exame”. “Uma das principais mudanças que sentimos e nos fez ter uma diretriz voltada para a mediatech vai justamente ao encontro a essa necessidade de entregar aos leitores e consumidores de notícias muito mais do que eles esperam. Escutar o leitor é descobrir o que ele gosta de ler, quando ele gosta de ler, é curadoria. Num mundo com tanta informação, queremos entregar a informação certa, para a pessoa certa, na hora certa. Parece óbvio, mas não é”, esclarece.

Na opinião dele, o futuro do meio revista é uma questão complexa, embora a pergunta possa parecer simples. “Nossa origem é o meio impresso e editorial, e certamente jamais perderemos a admiração e a vontade de seguir na mídia tradicional. Entretanto, o mundo está em constante evolução e os meios e formas de consumir informações já são outros. Acredito que o segredo esteja no equilíbrio em conseguir identificar o papel de cada formato, porque, certamente, eles têm aspectos que são insubstituíveis, no sentido que um não anula o outro, pelo contrário, se complementam”, conclui.