Neusa Spaulucci – de Buenos Aires

Não chega a ser uma decepção para o Brasil o resultado do Fiap (Festival Ibero-americano de Publicidade) deste ano. Os jurados brasileiros, Ruy Branquinho, da W/Brasil, e Jader Rossetto, da Fischer América, ao que tudo indica, “brigaram” muito pelos trabalhos do País. Porém, desta vez, os Grandes Prêmios não ficaram com o Brasil, embora o filme “Hotel”, da AlmapBBDO para Gol Linhas Aéreas, tenha disputado com “Reunião de pais”, da La Comunidad para VH 1, da Argentina, o GP da área.
Faz um certo sentido que “Hotel” não tenha agradado muito os jurados argentinos, já que o filme mostra um casal de brasileiros em Buenos Aires, arrumando as malas para voltar para o Brasil. O homem pergunta para a mulher: “Está tudo pronto?” E ela responde afirmativamente. Então, ele abre a janela do quarto do hotel e grita em tom provocativo: “Pentacampeãoooooo”. Tudo isso para comunicar aos brasileiros que a Gol estava começando a voar para Buenos Aires.
O filme agradou muito o público, que assistiu ao rolo de comerciais inscritos, no entanto, não deve ter agrado aos hermanos que estavam no júri. Mesmo assim, Branquinho disse que o comercial argentino mereceu o GP. O Brasil inscreveu 127 trabalhos na área.
As peças em Mídia Impressa da AlmapBBDO como para Havaianas e para Voskwagen também agradaram os jurados, porém, desta vez, não deu para o Brasil nessa área em que os brasileiros, na maioria das vezes, vão muito bem, obrigado. Apesar do razoável volume de trabalhos (365) inscritos, as agências não souberam inscrever as peças nas categorias certas. Segundo Branquinho, o Brasil tem que saber colocar as peças certas no lugar certo. “Isso acaba prejudicando o Brasil”.
A peça “Lama”, da AlmapBBDO para o Touareg da Volkswagen, que conquistou ouro, também disputou o GP de Mídia Impressa com o trabalho português “Bandeiras”, da FCB para a revista Grande Reportagem, sob o conceito “Conhece o mundo em que vive”. Mas perdeu por 15 votos a três. É uma pena!
Além da qualidade das peças da Almap, Branquinho disse que a agência é uma das poucas brasileiras que inscreveu seus trabalhos nas categorias certas.
O Brasil teve 20 comerciais premiados na área de Filme e 17 em Mídia Impressa.
O criativo da W/Brasil contou sobre a admiração e o respeito que os jurados de outros países têm pelos trabalhos de mídia impressa do Brasil. “Todos elogiam o acabamento e a direção de arte”.
Como já virou uma tradição, em Rádio o Brasil também não foi muito bem. Teve apenas 12 trabalhos inscritos e só um premiado. “Pão do duro”, da NBS para Oi, conquistou bronze.
Em Internet, o Brasil também passou longe. Também teve um só troféu, de prata, da Ogilvy para Motorola. Em Inovação em Mídia o País não conquistou nenhum prêmio.
No resultado final, a Almap foi a agência brasileira que mais se destacou, com 147 pontos – o GP valia dez pontos; ouro, sete; prata, cinco; bronze, três; e peça finalista, um ponto.