Rosenfeld: Fifa tenta proteger marcas que pagaram para ter exclusividade no eventoA preocupação com o “ambush marketing” (marketing de emboscada) praticado por muitas marcas durante grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, levou a Fifa a promover um encontro com profissionais ligados ao mundo da publicidade e da comunicação nesta terça-feira (14), no Rio de Janeiro, e nesta quarta (15), em São Paulo, para esclarecer diversas questões ligadas ao tema.

O evento teve o apoio da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e do Sinapro-RJ (Sindicato das Agências de Propaganda do Rio de Janeiro), contando com a participação de Vicente Rosenfeld, consultor de proteção às marcas da Fifa Brasil; Michel Davidovich, diretor-geral do projeto da Copa do Mundo na Coca-Cola; e Gustavo Piva de Andrade, advogado que atende a Fifa na Dannemann Siemsen Advogados.

“No Brasil a Copa acontecerá em 12 praças diferentes. São praticamente 12 países diferentes, com cenários diferentes. Por isso é importante promover encontros para explicar a importância de se proteger a identidade do evento e os patrocinadores que, afinal de contas, nos ajudam a fazer tudo acontecer”, disse Rosenfeld.

Uma das grandes preocupações da entidade é com o oportunismo de marcas que tentam se utilizar dos eventos para aparecer – e há grande atenção voltada para todas as ações em torno das copas das Confederações e do Mundo. A Fifa vem notificando diversas marcas que já começam a realizar ações de marketing consideradas oportunistas – e vários casos foram apontados durante a palestra.

Davidovich, da Coca-Cola, mostrou todo o investimento da empresa nos dois eventos vindouros e contou um pouco da experiência de 2010, na Copa da África do Sul. A intenção era mostrar como os investimentos transcendem as mensagens tradicionais e se ocupam de deixar um “legado” para o país em que se realiza o evento. Já Rosenfeld destacou a preocupação dos parceiros oficiais com a preservação de seus direitos. “Temos na Fifa cinco marcas parceiras, oito patrocinadores, seis apoiadores nacionais e todos eles cobram que a associação ao evento seja feita com exclusividade por eles. Durante 32 dias, muitas marcas querem tirar uma casquinha e por isso fazemos um forte trabalho de controle e acompanhamento, notificando todas as infrações”, disse.

As principais preocupações são com produtos pirateados, ações no entorno dos estádios em dias de jogos, as campanhas publicitárias que se utilizam da temática da Copa – hoje altamente facilitada pelas mídias sociais – e ações nos meios digitais. “Nossa mensagem para os profissionais de marketing é clara: sejam criativos, claros, e joguem limpo. Não violem os direitos de quem pagou caro para associar sua marca a esses eventos”, concluiu o executivo.