Marianna: 40% da produção exportada do país vai para os EUA Com uma forte atuação no Cannes Lions desde a década passada, o projeto FilmBrazil, realizado pela Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), começa agora a dar as caras também no SXSW, festival que abrange música, tecnologia e cinema em Austin, nos Estados Unidos.

Realizado anualmente no mês de março e ganhando mais relevância a cada ano, o South by Southwest tem atraído também o mundo da publicidade em busca do que ele pode oferecer de melhor ao setor: inovação e o que irá virar tendência para os próximos anos. No caso da Apro, em produção de filmes, não necessariamente para publicidade, já que as áreas de conteúdo e entretenimento começam a ganhar força no Brasil; e, no do FilmBrazil, para manter seu objetivo principal, que é divulgar a qualidade das empresas de audiovisual do país no exterior por meio

de encontros realizados dentro de diversos festivais.

Este ano, 30 produtoras brasileiras devem participar do evento realizado na capital do Estado do Texas, todas com apoio da Apex, sendo que dez delas são ligadas ao FilmBrazil – Prodigo Films, Hungry Man, Jamute, Santa Transmedia e Lobo, que irão participar do seleto grupo chamado pelo festival de Platinum Connection; e O2 Filmes, Conspiração, YB, Los Bragas e Mosquito, que farão parte da recém-criada categoria de negócios Silver Connection. No ano passado, apenas três operações estiveram lá.

Segundo Marianna Souza, gerente-executiva do FilmBrazil, existem duas diferenças básicas entre participar do Cannes Lions e do SXSW. A primeira é que o encontro de inovação e tendências é realizado nos Estados Unidos. “Cerca de 40% do volume de trabalho internacional das produtoras brasileiras vai para lá”, aponta a executiva. E segundo, pelo pragmatismo dos organizadores do SXSW: “Ao contrário de Cannes, onde temos que agendar as reuniões para as operações, a própria organização do evento americano trata disso. Eles possuem um controle impressionante do que é voltado aos negócios”, explica. “Lógico que Cannes continua fundamental para nós e nem estou minimizando aquele que é o principal encontro do nosso meio. Apenas ressalto que no Texas saímos um pouco apenas da comunicação para mergulhar em inovação”, completa.

A executiva diz que outro ponto do SXSW é que para eles não importa a quantidade de prêmios ou o volume de trabalho que uma produtora tem. “Pelo contrário. Operações de volume muito grande e mais tradicionais às vezes chamam menos a atenção do festival do que uma Santa Transmedia, por exemplo, cujo trabalho foi bem elogiado pela organização justamente por focar em inovação”, completa.

O FilmBrazil também prepara uma série de ativações durante o SXSW com o objetivo de promover o Brasil como polo de produção publicitária.