Marianna: mercado norte-americano responde por 60% das produções internacionais no BrasilApós 12 anos no ar, o projeto FilmBrazil, que promove as produtoras de audiovisual brasileiras no exterior, irá mudar de tática. A estratégia até o momento tem sido divulgar o mercado de produção para gerar receitas, mas, a partir de agora, a iniciativa irá direcionar os esforços de acordo com as demandas dos principais compradores.

Uma das estratégias é o lançamento, no segundo semestre, de uma incubadora de projetos com foco nos Estados Unidos. O mercado norte-americano responde por 60% das produções internacionais realizadas no Brasil.

A incubadora terá contato direto com um representante de vendas, que ainda está sendo recrutado pelo projeto, e com um consultor que já reside naquele país para acompanhar as negociações entre agências norte-americanas e produtoras brasileiras.

“Já temos uma pessoa nos EUA, que é um consultor de desenvolvimento de novos negócios, alguém que entende a lei brasileira, a burocracia local e conhece o perfil das empresas daqui. Mas entendemos que precisávamos trabalhar de acordo com o perfil das agências norte-americanas. Diferentemente do Brasil, em que cada produtora tem um atendimento interno e as agências as contatam, nos EUA há um serviço de representante de vendas que representa um grupo de produtoras. As agências querem alguém que encontre os melhores diretores e produtoras para executar o trabalho. Essa figura é muito importante para eles”, explica Marianna Souza, gerente-executiva do FilmBrazil.

Inicialmente, esse profissional de vendas irá representar um grupo de 10 produtoras e sete diretores do Brasil. De acordo com Marianna, o representante deverá ser uma pessoa que já atua com grandes casas de produção, como Smuggler e MJZ. “Queremos estar no mesmo patamar dessas produtoras para negociar”, diz.

A executiva explica que as 10 produtoras brasileiras serão escolhidas com base em experiência com projetos internacionais. “Selecionaremos as empresas participantes a partir da demanda do mercado americano. Experiência com agências internacionais é ponto de partida.” Atualmente, o projeto FilmBrazil atende cerca de 60 empresas.

Dados da organização mostram que, entre 2012 e 2013, o segmento de produção teve um boom, graças ao interesse das empresas estrangeiras em filmar no país. “Crescemos 55% de 2013 sobre o ano anterior”, aponta Marianna. A previsão é de que, neste ano, o número fique estagnado. “Acredito que teremos em 2014 um número de produções igual ao do ano passado. Mas manter esse número já é um grande resultado.”

Depois dos Estados Unidos, se a iniciativa da incubadora de projetos vingar, a ideia é levá-la para o Reino Unido. Outros mercados-alvo são Alemanha, França e Japão. O projeto faz parte do planejamento estratégico do FilmBrazil, uma iniciativa da Apro (Associação das Produtoras de Audiovisual) em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O projeto FilmBrazil tem um orçamento de R$ 4,5 milhões para investir até 2016.

Gringos na Copa

Um grupo com seis executivos de agências estrangeiras desembarca no Brasil a partir desta semana para acompanhar as quartas de final e a final da Copa do Mundo. Os executivos vêm ao país em duas etapas para participar do FilmBrazil Experience, que traz potenciais compradores para conhecer produtoras brasileiras.

Pela primeira vez, o representante de um cliente participa da iniciativa. Nick Felder, diretor global de produção de música e filme para a Coca-Cola, fará uma visita de seis dias ao país, entre 8 e 13 de julho. Outros executivos que estão na comitiva são Letitia Jacobs, diretora-executiva de produção de conteúdo da Young&Rubicam Nova York, e Brian DiLorenzo, diretor-executivo de RTV para a McCann NY. DiLorenzo é responsável pelo núcleo de produção da Commonwealth, consórcio que atende a conta da Chevrolet no mundo todo. Eles acompanharão a final da Copa do Mundo no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Nessa terça-feira (1º), chega um grupo de três profissionais: Steve Chavez, CCO da Leo Burnett Detroit; Sally-Ann Dale, CCO da Droga5 NY; e Mark Peters, diretor de criação da Deutsch Los Angeles. Eles acompanham as quartas de final.

Além dos jogos, os executivos participarão de eventos de networking e visitarão produtoras. Algumas das empresas que irão se encontrar com os profissionais são Zola, Prodigo Films, Produtora Associados, Rebolucion, Ocean Films e Hungry Man.