A Flix Media, líder em vendas de espaços publicitários no cinema, considera que 2019 foi um marco para a empresa. “Foi histórico em termos de resultado, porque a gente cresceu muito, tivemos aumento de 47% em faturamento de publicidade em relação ao ano anterior”, conta Adriana Cacace, diretora-geral da Flix Media Latam.
Segundo a executiva, o resultado foi puxado por uma série de fatores, como o bom momento que o cinema vive e a consolidação da empresa. “Nós chegamos a um ponto de equilíbrio, hoje de fato consolidamos nossa atuação, pois temos todos os principais exibidores conosco, dez no total, que somam mais de duas mil salas, com 70% do mercado no Brasil, o que representa mais de 120 milhões de ingressos por ano”, diz.
Hoje a empresa comercializa espaços do Cinemark, Kinoplex, Cinesystem, Centerplex, GNC, Cinépolis, UCI, Moviecom e Cine Araújo, bem como com o portal Cineclick.
Outro fator é a mudança de mindset de que cinema é apenas uma mídia segmentada. “A gente conseguiu mudar aquela mentalidade de que anunciar em cinema tem de ser segmentado. A gente ainda segmenta, porque tem anunciante que quer entrar em um filme ou cinema específicos, mas cada vez mais a gente tem vendido a plataforma com um público qualificado. Isso também foi determinante”, avalia Adriana.
O aprimoramento das métricas do cinema, cuja medição é feita pela Com-
Score com CPV, também contribuiu para o crescimento da publicidade. “Ao mesmo tempo que a métrica está mais moderna, se aproximando do que os anunciantes e agências precisam, os atributos tradicionais do cinema, como a questão da atenção da audiência, são cada vez mais relevantes. Num mercado cada vez mais pulverizado, não há nenhuma outra mídia que tenha a atenção exclusiva do público como o cinema”.
Para qualificar ainda mais a entrega para os anunciantes, a Flix Media criou o aplicativo Alfred, que traz informações úteis para o público e atingiu mais de 350 mil usuários cadastrados. “O intuito é conhecer cada vez mais quem vai ao cinema. Com o app, a gente consegue ter profundidade e saber quem é esse público”, destaca Adriana. Além disso, a empresa consolidou o canal de conteúdo Flix Channel, espaço para exibição de publicidade antes das sessões de cinema, que se estabeleceu como um canal de branded content para as marcas.
Um paradigma para o cinema é o crescimento do streaming. Mas a diretora-geral da Flix Media cita estudos que mostram que quem assiste mais filmes e séries em casa está mais propenso a ir ao cinema quando decide sair de casa. “De certa forma, isso é bom porque reforça o hábito das pessoas em assistir filmes. Mas os exibidores não estão parados, estão atrás de novidades”.
O cinema tem hoje 4% do bolo publicitário no Brasil, de acordo com a Kantar Ibope Media. Pelo Cenp-Meios, essa participação cai para 0,4%. “A gente discute isso porque a amostragem do Cenp não traz as nossas negociações diretas. Há uma discrepância muito grande”, finaliza a executiva.
