A curta duração das baterias dos celulares é uma reclamação geral: usuário dependentes de seus dispositivos querem vida longa aos aparelhos. Mas, enquanto as baterias duram menos do que o desejado e não suportam, muitas vezes, um dia todo de uso, empresas estão olhando para essa ‘dependência digital’ como uma oportunidade de negócio. Esse é o caso da BRCharge, empresa criada para operar máquinas que recarregam baterias de celulares e também comercializam mídias nas estações.

A ideia inicial era simples e precisava ser bem pensada para funcionar de forma eficiente, sem danificar os aparelhos depositados na máquina, explica André La Motta, ao se lembrar de quando começaram as operações no Brasil em 2013. A empresa surgiu de uma necessidade detectada por Motta e seus sócios Guilherme Moreira Talarico e Eduardo Giudice Casanova. Sempre que encontravam máquinas com cabos para recarregar a bateria, achavam desconfortável e inseguro ter que ficar ao lado do celular enquanto ele recarregava. Foi então que buscaram uma alternativa segura para a funcionalidade.

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“No início, achamos que era algo simples de ser feito, mas entrando nos detalhes descobrimos que era algo bem mais complexo, sofisticado e caro do que pensávamos”. comenta. “No início, importamos uma máquina da China, mas logo vimos que precisávamos de um produto que se diferenciasse. Então fechamos uma parceria com a startup americana Brightbox, de Nova York. Hoje temos exclusividade desse equipamento no Brasil”.

As máquinas de recarregar bateria de celular ficam localizadas, na maior parte das vezes, em shoppings. Cada usuário usa o cartão com tarja magnética de crédito ou débito como chave para o compartimento. Durante o passeio, é só depositar o celular e conectá-lo a um cabo UBS compatível, disponível em cada cabine. Para retirar, é só inserir o mesmo cartão para desbloqueá-lo.

Os estabelecimentos, ou até mesmo eventos, comenta Motta, podem fazer a locação do equipamento, que se adéqua a qualquer espaço físico. O software possui ferramentas diferenciadas, como slideshow em looping, ferramenta para captação de dados e chaves personalizadas. “Passamos por uma certificação internacional contra incêndio, danos ao aparelho celular, danos elétricos no equipamento e gerenciamento das informações do cartão”, esclarece Motta. “Os celulares têm preços altos e também um valor pessoal muito grande para cada usuário. É preciso ter responsabilidade para não causar transtornos a ninguém”, alerta.

Entre os principais clientes estão os shoppings Cidade Jardim, Shopping Recife, Villa Lobos, Jardim Sul, Fashion Mall, entre outros. Outro diferencial é que as estações podem ser usadas como mídia pelas marcas, como já vem sendo feita pela Nextel, Oi, Vivo, McCafé, Stelo, entre outras.

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Para os próximos anos, a expectativa é que o modelo de negócio se fortaleça. “Aplicativos como Waze, YouTube, o tamanho delas telas e velocidade de internet tendem a consumir a bateria cada vez mais. Além disso, a cada dia que passa, o celular é mais essencial no dia a dia, fazendo com que a dependência em nosso produto aumente”, conclui Motta.