O filme Star Wars é um dos maiores fenômenos de história em série do cinema mundial. Neste final de semana a força desperta novamente.
E tenho orgulho em dizer que seis alunos do meu sócio e mentor Robert McKee, estão na equipe, incluindo um dos roteiristas do filme Lawrence Kasdan.
Temos muito para aprender com Star Wars. Talvez um dos maiores motivos do sucesso é que a ficção ajuda a entender a realidade. Ela (a história) traz valores humanos que nos conectam com algo maior, muito além de espadas de sabre. Ou seja, independente da “tribo” que você vive, os sentimentos abordados no filme são universais.
O fato da série ter começado no 4o episódio e depois serem lançados os 3 primeiros já traz curiosidade e mistério. Atributos que qualquer história deve ter se quer realmente permanecer viva na mente da audiência.
Há mais de 30 anos, no clímax de “O Império Contra-Ataca”, uma frase marcou o cinema para sempre, e talvez seja uma das mais impactantes: “Luke, I am your father”. Quando Darth Vader faz esta revelação para Luke, isso traz uma recompensa para a audiência que traz à tona a história dos dois filmes até então lançados. Isso é chamado de “setup” (pista) e “payoff” (recompensa). Uma boa história é feita de pistas e recompensas. Além de ter o papel de resgatar a emoção que foi plantada durante os dois filmes, esta cena serviu como preparação (uma nova pista) para o que estaria por vir, ou seja, a próxima ação de Luke. O que o jovem Jedi faria com aquela informação?
Mais um conceito está presente nesta cena, o “ponto de virada”, que é quando a história toma outro rumo, que é irreversível e traz um novo valor, seja positivo ou negativo, para a narrativa.
A virada pressupõe transformação, que é necessária para qualquer história manter a audiência interessada e no final, transmitir alguma mensagem, tipo “moral da história”. Se analisarmos o começo de uma história e seu final, necessariamente devemos enxergar a mudança. No começo do episódio IV de Star Wars, Luke era um fazendeiro pacato que morava com os tios. No final do filme um guerreiro Jedi! Uma transformação digna de um blockbuster. E isso não acontece porque é legal. Acontece porque a vida é assim. Toda história que começa com um problema passa pela sua complicação e então resolução reflete a dinâmica da vida como ela é. Na resolução, necessariamente devemos perceber que o Protagonista mudou, aprendeu, se transformou, e de forma irreversível.
Pensando em marcas, marketing, propaganda e vendas, estes conceitos de storytelling muito bem aplicados em Star Wars, podem levar para outro nível a comunicação de qualquer empresa, afinal, todo cliente ou consumidor, espera que sua vida melhore após alguma “compra”. E todos sabem que não vai ser fácil. Que pode aparecer um “Darth Vader” no meio do caminho e ele nem sempre será o “pai”, pois viver é perigoso e repleto de perrengues.
Ignorar o negativo ou os perrengues na comunicação é o mesmo que, no filme, fingir que Darth Vader não existe, ou que o Império não vai causar nenhum mal para a humanidade. Como um cavalheiro JEDI, sua marca, produto, empresa ou serviço precisa dominar a força e entender o lado negro presente na vida, pois só assim, você pode se preparar para a batalha que é a distância entre o que você tem e o que você deseja.
“Que a força esteja com você” em 2016!