O Brasil é visto pela Ford como um dos mercados mais dinâmicos para a empresa e é onde a companhia irá concentrar esforços nos próximos anos. Segundo dados da montadora, na última década o setor automotivo local cresceu 150% e a expectativa é que a venda de carros tenha elevação de 50% nos anos seguintes. O potencial brasileiro é bem maior que o de países como os Estados Unidos, maior mercado da Ford no mundo, onde ela estima crescimento no médio prazo de 15% a 20%. “O Brasil é um mercado muito dinâmico, de intensa rapidez”, analisou Steve Armstrong, presidente da Ford Brasil, em evento promovido pela empresa nesta quarta-feira (5).
Para dar conta da demanda nacional, a montadora espera investir R$ 4,5 bilhões até 2015 em áreas como capacidade de produção, montadoras e em sua fábrica de motores no Nordeste. O pacote será uma das formas de atender o novo regime automotivo, anunciado pelo governo federal em setembro deste ano para a produção de carros no país, que irá demandar investimentos das fabricantes, principalmente em engenharia e desenvolvimento. “Estamos posicionados para o novo regime, com investimentos em novos produtos”, disse o executivo.
Para o próximo ano, a montadora prevê alta nas vendas, mesmo com incertezas sobre a continuação de benefícios do governo para o setor automotivo e sobre os efeitos da queda da taxa de juros na expansão do crédito. O crescimento estimado é de 2% a 3%, menor que o registrado em 2011, quando a companhia teve alta de 4%. “A competição em 2013 será mais acirrada. Os novos produtos é que irão impulsionar a Ford o ano que vem”, avalia Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da empresa para a América do Sul.
Os automóveis considerados chave para o desenvolvimento da companhia, hoje a quarta maior montadora do país, são a picape Ranger, o sedã de luxo Fusion e o utilitário esportivo EcoSport, plataformas globais que a empresa equipou com forte carga de conectividade. “Esses produtos irão consolidar nossa posição como a montadora dos carros com maior combo de tecnologia”, afirma Armstrong.
As plataformas globais são resultado do plano mundial “One Ford”, que começou a ser desenhado em 2008, mas que rendeu os primeiros frutos em 2012. O programa foi desenhado para aumentar a eficiência de custos da Ford a partir do desenvolvimento de carros para serem vendidos em vários países. Segundo Golfarb, a execução do plano marca o grande salto de competitividade da empresa. “Os três produtos que lançamos foram pensados para fazer a virada da Ford no mundo”, aponta.
