Nascimento: algoritmo criado para medir e mostrar índices de atenção e memória

 

Com um número crescente de anunciantes e métricas, o neuromarketing é cada vez mais debatido e discutido entre grandes marcas. Para ajudar nesse processo, a startup especializada Forebrain aliou-se com o Ibope Inteligência para ganhar volume e está lançando um produto para democratizar esta área do marketing comportamental.

Trata-se do Brain, que mantém muitos critérios de uma pesquisa neurológica com ferramentas como eyetracking e eletrocardiograma, mas consegue disponibilizar resultados de forma mais fácil, como se fosse um dashboard de analytics como qualquer outra métrica, alinhando as mudanças de reação do público com o vídeo em questão. “O Brain é uma maneira mais barata, democrática e poderosa, no sentido de empoderar o cliente, de fazer teste de comunicação e neurociência. Atualmente trabalhamos com testes ad hoc, ou seja, altamente customizados. Usualmente as marcas faziam um investimento maciço em datas comemorativas e avaliavam sua performance nestes momentos”, conta Billy Nascimento, CEO da Forebrain. “Criamos um algoritmo para medir e mostrar índices de atenção, motivação e memória, além de visualização. O quanto o consumidor olhou para marca e o produto? O quanto ele vai se lembrar? O quão inclinado a comprar ficou?”, questiona.

A empresa continua trabalhando com demandas personalizadas de análise de campanhas publicitárias e produtos, mas deve ampliar o seu escopo. A parceria exclusiva com o Ibope propõe uma troca de informações para gerar volume: se o instituto necessitar de uma pesquisa neurocientífica, chama a Forebrain e vice-versa. Os players ainda cogitam o desenvolvimento de plataformas em conjunto, mas ainda está em fase inicial. Diante do aumento de trabalho, a startup negocia uma nova rodada de investimento e deve ampliar seu braço para São Paulo, abrindo um escritório além da base de pesquisas na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), berço da ideia da empresa, que passou dois anos desenvolvendo seus métodos e adaptando a linguagem da ciência para o marketing.

O executivo, também biomédico, garante: neurociência pode sim revelar muita coisa sobre uma marca ou comunicação. “Buscamos analisar as respostas não-conscientes do consumidor. Boa parte do que você processa de informação não é feita de maneira consciente. A gente superestima a nossa consciência, ela ocupa apenas de 10% a 15% do que fazemos. E a nossa ideia é usar a neurociência para entender as respostas não-conscientes”, explica Nascimento.