Sentado no sofá de casa observo a TV ligada, mas ninguém assistindo ela de fato. O filho está entretido no tablet vendo algo no Snapchat. A esposa mexendo no notebook acessa o Facebook. Para ser honesto, eu também não resisto e estou fuçando no celular!
Essa cena é mais do que corriqueira nos lares brasileiros atuais. Não nos prendemos apenas a uma tela e, muito menos, somente à boa e velha televisão. Hoje estamos ligados em, pelo menos, dois ou mais dispositivos, vendo conteúdos diferentes, de fontes e formatos distintos.
Voltando àquela cena na sala de casa, me peguei pensando no filme Forrest Gump, em que o ator Tom Hanks interpreta o personagem que dá nome à obra cinematográfica.
Hanks deu vida a Gump, um sujeito pouco carismático e com algum tipo de deficiência intelectual. Contudo, o personagem tinha uma característica que o fazia ser único: a habilidade de contar histórias.
Gump não era um influenciador até porque isso não existia na época em que se passava o filme. Porém, se existisse e ele estivesse nas redes sociais, ele seria um influencer de mão cheia!
Nos dias de hoje vemos uma proliferação de influenciadores. Eles existem aos montes. Por conta disso, o grande desafio não é se tornar mais um, mas ser um bom, contando histórias que “prendam” os seus seguidores, como Forrest prendia seus ouvintes sentados em um banco.
O bom influenciador precisa contar histórias que despertem a atenção do seu público, com autenticidade, criando proximidade e engajamento com os potenciais consumidores. É necessário que os seguidores sempre fiquem com um “gostinho de quero mais” para o conteúdo.
Outro ponto que vale “copiar” de Forrest é que, mesmo não sendo um influenciador, em sua história ele é “usado” por algumas marcas. Só que ele faz uso delas de forma bem natural.
Na vida real, os influenciadores também precisam ter essa relação natural com as marcas e produtos, originando empatia e desejo das pessoas em consumir aquilo que está inserido no contexto da história que ele está contando.
Resumo da história, um influenciador precisa ser autêntico e contar bem histórias. Assim, os consumidores acompanharão seu trabalho nas redes sociais e as marcas estarão presentes com aderência em seu discurso.
E se você for um influencer e não estiver fazendo isso: Run, Forrest! Run!
Maurício Palermo é diretor-geral da Olioli