Para melhorar uma marca o caminho é único: entender os consumidores. Essa é a opinião de Gavin Dickinson, diretor global de estratégia de marca da GFK, que participou do painel “Redescobrindo o verdadeiro insight” do 16º Fórum Internacional de Inteligência de Mercado realizado pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) em São Paulo. Dickinson explicou que os consumidores desenvolveram uma gama de relacionamentos com as marcas a ponto de humanizá-las.

“Por conta disso, eles (os consumidores) esperam um relacionamento com essas marcas, esperam uma interação”, disse o especialista.

Ainda de acordo com ele, com a entrada das mídias sociais neste cenário, houve uma inversão de papel na estratégia das empresas. “Antes, o centro era o produto e, agora, quem está lá é o consumidor”, destacou. “E, justamente por isso, é necessária uma comunicação mais eficaz com ele”, completou. Ele disse, ainda, que os consumidores esperaram que a marca se comunique com certa frequência.

Como exemplo, Dickinson citou dois cases: Puma e Nike, duas das principais marcas esportivas. No caso da Puma, existe pouca interação com os clientes – diferente do que acontece com a concorrente. “Os consumidores da Nike possuem um relacionamento mais forte, mais estreito com a marca”, disse. “Essa relação, hoje em dia, faz toda a diferença para uma empresa.”

Mídias Sociais
Em sua participação no painel, Rollo McIntyre, global head of innovation da Ipsos, explicou que o equívoco das marcas atualmente é tentar se apossar das mídias digitais. “Mas, na realidade, são as mídias digitais as donas das marcas”, afirmou.

McIntyre ressaltou ainda que o importante é abandonar aquilo que chamou de ‘modo automático’. “99,5% de tudo que fazemos no nosso dia a dia são automáticas e apenas 0,5% fruto de uma reflexão”, disse.

Seguindo a mesma linha, Franck Sarrazit, diretor de marcas para a América da TNS, citou o ex-secretário de defesa dos Estados Unidos na época da Guerra do Vietnã. “Ele era um estatístico, adorava números, mas não conhecia os adversários nessa guerra”, contou. “Ou seja: de nada adianta ter acesso ao Facebook, ao Twitter e a um grande número de seguidores se não souber qual é o seu público”, complementou.