Ao propmark, o influenciador conta sobre o seu início de carreira na internet e como é feito o seu trabalho com as marcas
Do jornalismo para a internet. Da internet para o mainstream. Do futebol para o cotidiano. As constantes evoluções são os pontos que marcam a carreira de Bruno Carneiro Nunes, ou simplesmente Fred Bruno.
Jornalista de formação, a internet se apresentou como uma oportunidade e foi no canal Desimpedidos, em 2015, que o influenciador se tornou um rosto conhecido no universo dos esportes, especificamente do futebol.
"A migração para a internet foi pela oportunidade mesmo e sou muito feliz porque foi a internet que mudou a minha vida", contou Fred Bruno.
Com o nome consolidado no mundo envolvido pelas quatro linhas, o influenciador aceitou o convite para participar do "BBB 23" com a missão de aumentar a sua popularidade para os outros nichos, protagonizando alguns dos momentos mais marcantes da edição.
Fazendo um balanço da carreira de Fred Bruno, é possível afirmar que o objetivo foi atingido. Hoje, ele soma 11,6 milhões de seguidores no Instagram, conquistou reconhecimento, coleciona dezenas de sonhos realizados e seu rosto se tornou protagonista de peças publicitárias de marcas que o acompanham no dia a dia como Nike, Nivea, Brahma, Clear, Cif, Gillette e várias outras.
Ao propmark, ele conta como foi o seu início de carreira na internet e como é o feito o seu trabalho com as marcas.
Como começou a sua relação com a internet?
Minha relação com a internet começou tardiamente, porque eu não tinha acesso. Eu não tinha computador em casa, então eu ia para uma lan house, quando eu tinha dois reais para gastar e ter uma hora de internet por semana. O tempo foi passando e nós compramos um computador num brechó, mas eu só mexia no offline. O primeiro vídeo que eu acessei na internet foi um vídeo meu. Eu gravei um de freestyle e um amigo comentou sobre um site que possibilitava subir vídeos (o YouTube). Estava lá “Bruninho Show de Bola”, esse foi o primeiro vídeo que eu assisti no YouTube e foi assim que começou a minha relação com a internet.
Você é jornalista de formação emigrou para a internet. Por que você tomou essa decisão?
Essa migração aconteceu, honestamente, por oportunidade. Meu objetivo era começar a trabalhar numa rádio pequena, para ir para uma rádio maior, depois para uma TV pequena e, por fim, ir para uma emissora grande para trabalhar como apresentador de televisão, porém, felizmente, o YouTube apareceu como oportunidade. Uma coisa é você entrar e sonhar, outra coisa são as oportunidades que aparecem na sua vida. Confesso que entrei no YouTube visando a um dia a televisão me enxergar. Inclusive, essa oportunidade chegou cedo, com algo em torno de seis meses de Desimpedidos, a Fox queria que eu tivesse uma oportunidade lá, mas eu achei que ainda não era o momento. Acho que agi certo, mas acho que a oportunidade dos meus sonhos ainda está por vir. Então, essa migração para a internet foi pela oportunidade mesmo, e sou muito feliz porque foi a internet que mudou a minha vida e, obviamente, não tem como largar nunca mais.
Atualmente, você é um dos principais nomes da internet nacional. Como você lida com essa responsabilidade?
Primeiramente, fico feliz de ser chamado de “um dos principais nomes da internet” e eu sempre gostei da responsabilidade. Sempre gostei de chamar a responsa, de protagonizar, ser pioneiro, ser criador e de sempre ter o maior número de views. Acho que isso me levou a ser o que sou hoje, e ainda vai me levar a voos muito maiores. Com relação a responsabilidade, é bom porque eu gosto, mas ao mesmo tempo ela é meio desigual, isso porque a gente que está falando na internet 100% do tempo, seja vídeo on demand, ao vivo ou nas redes sociais, nós estamos sempre muito suscetível ao julgamento das pessoas, né? Qualquer coisa que eu fale pode ser que estrague a minha carreira, mas é o preço que tem de se pagar. Faço isso há muitos anos e acho que o saldo é muito mais positivo.
Qual foi a primeira campanha publicitária que você fez?
A primeira campanha que eu fiz foi para a Netshoes, assim que eu entrei no Desimpedidos, para divulgar as camisas deles. Foi até uma camisa do São Paulo, uma de cor vinho que o Paulo Henrique Ganso vestia de maneira magistral. Eu me lembro muito bem, acho que ganhei R$ 150 e fiquei feliz da vida porque de todos os empregos que eu tive na vida, eu nunca ganhei um extra. Naquela época eu ganhava R$ 1.500 no Desimpedidos, então, R$ 150 a mais para quem tinha as condições que eu tinha, era muita coisa. Peguei gosto pela coisa e percebi que ali era o caminho, através das publicidades.
O que você leva em consideração na hora de começar uma parceria ou fazer uma publicidade com alguma marca/empresa?
Primeiro de tudo é se faz sentido com a minha vida e com a minha linguagem. Felizmente, chegam propostas de várias marcas, todos os dias e a primeira pergunta é se faz sentido e se eu indicaria para um amigo aquela marca. Também me pergunto se vai de encontro com a mensagem que eu quero passar e a imagem que eu quero manter nas minhas redes sociais. Além disso, outro fator bem importante é a pesquisa que fazemos aqui sobre a marca. Vejo o histórico da empresa, se tem alguma polêmica que eu reprovo. Caso passe em todos os quesitos, damos sequência.
Você fez parte do elenco do "BBB". A sua participação no reality influenciou na relação com os anunciantes?
Eu acho que influenciou um pouco. Óbvio que um dos meus objetivos da minha entrada no "BBB" era aumentar a minha popularidade e acho que isso aconteceu. Hoje eu tenho um público muito maior que me segue. Por ser específico do futebol durante muito tempo, meu seguidores sempre foram do sexo masculino. Depois do "BBB" mudou bastante e teve adição de um público incrível e totalmente engajado que é o feminino. Eu acho que a interferência é mais nesse sentido, em termos de popularidade. Apareceram outras oportunidades com marcas que não são do esporte, mas isso já acontecia antes mesmo do reality. Então, essa foi uma porta que eu abri há muito tempo, mas com certeza o "BBB" ajudou muito nesse ponto.
Você participa da criação das campanhas? Se sim, qual é o seu envolvimento no processo?
Sim, participo da criação das campanhas. Hoje eu tenho uma equipe, mas, nos sete anos anteriores, era eu que criava tudo sozinho. Hoje a marca entra em contato, nós analisamos a viabilidade da parceria de acordo com aquilo que enxergamos com relação aos nossos ideais, damos sequência no processo, eles mandam o briefing, a minha equipe pergunta pra mim sobre a ideia que eu tenho de antemão, eles criam o roteiro, devolvem pra mim, eu lapido e devolvemos para o cliente. Se aprovado, nós gravamos e mandamos para aprovação. Se tudo estiver ok, aí sim publicamos nas redes. É todo um processo.
Tem alguma marca que você gostaria de fazer campanha? Se sim, qual?
Tem várias marcas que tenho vontade de trabalhar. Todo fim de ano, faço um levantamento das marcas que fazem parte da minha vida e no ano seguinte tentamos prospectar projetos com eles. Quanto mais a marca fizer parte da minha vida, mais orgânico e natural serão as publicações. De novo, estamos nessa fase e hoje tenho marcas incríveis e que fazem parte da minha vida, mas espero que aconteça isso com mais marcas para o ano que vem. Para falar sobre uma que eu sempre tenho ambição de trabalhar e acho muito legal a forma que eles trabalham, e a relação que eles tem com o esporte e lifestyle, é a Red Bull. É uma marca que está sempre presente na minha vida, toda semana e, praticamente, todos os dias. Por gostar muito da forma como eles trabalham a imagem deles. É uma empresa que eu tenho muita vontade de trabalhar junto.
De todos os trabalhos publicitários que você já fez, qual você mais gostou?
É complicado escolher só um porque tiveram vários cases de muito sucesso. Recentemente, nossa parceria com Nívea vem dando muito certo, com Brahma também. A Nike foi sempre o grande sonho da minha vida ser patrocinado por eles, então, é outra que vem dando muito certo. Mas, se for pra citar um case, vou citar o do Cristiano Ronaldo porque foi uma ideia criada com Clear lá atrás e que funcionou super! Tanto para a marca, quanto para mim profissional e pessoalmente, além do Cristiano começar a ter uma aderência com o público brasileiro. Ele chegou a comentar comigo que o Brasil é onde ele tem mais seguidores. Então, acabou sendo importante para ele também.
Como você se enxerga como marca?
Eu acho que eu coloco para fora o que eu sou no dia a dia, eu sou uma pessoa extremamente versátil. Lógico que a minha raiz e a minha veia são no futebol, mas eu flutuo muito no entretenimento, na música e em todos os outros segmentos. Ninguém vive só de um nicho, né? Tem o ramo alimentício, cuidado pra casa, autocuidado, música, viagens, lifestyle. Enfim, tudo! Eu sempre procuro deixar muito claro todo esse universo que me rodeia. Tanto das coisas que eu consumo, quanto das coisas que eu trabalho. Eu venho trabalhando bem essa minha imagem e minha marca nos últimos anos. Tenho certeza que com o meu potencial e o potencial da minha equipe, nós temos tudo para crescer muito nos próximos anos.
Qual é a melhor definição para a marca Fred?
Eu acho que “qualidade”. Tudo o que eu faço na minha vida, eu me dedico e dou a vida mesmo. Eu faço tudo com muito amor e não é papinho para fazer média, não. De fato, eu amo tudo! Eu estou dando aqui essa entrevista e respondendo as perguntas porque me provoca fazer uma autorreflexão, me faz ter novas ideias, me faz ter novas inspirações. Então, tudo o que eu faço, faço de coração. A partir do momento que uma marca vem trabalhar comigo, o que define é a “qualidade”. Ela vai ter certeza que vai ter um trabalho de qualidade e de muita dedicação no fim do dia.