A transmissão da Copa do Mundo de futebol feminino, neste ano, em TV aberta, abriu uma janela de oportunidades que deve ser mantida daqui para frente. Depois dos bons resultados de audiência, alcance e engajamento no período, patrocinadores e veículos de mídia aos  poucos estão se dando conta do potencial de negócios da categoria e já se preparam para o próximo grande torneio, desta vez, em território nacional.

 

Mauro Horita/CBF/Divulgação

Começa nesta quinta-feira (29) o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino de Seleções, com investimentos expressivos e promessa de mais visibilidade e holofotes. Além da Uber, que dá o nome ao torneio, Kalunga, Fini, Sabesp, Atacadão, Wickbold, Besni, Colgate, Espaçolaser, Indústrias Alimentícias Maratá e Sicredi patrocinam a competição, que contará ainda com ativações de patrocinadores da própria seleção, como a Fiat. Promovida pela Federação Internacional de Football 7 Society (Fifos), a competição faz parte do calendário da FIFA e marca o início da preparação do Brasil para as Olimpíadas de Tóquio, que acontecem em 2020.

O pontapé inicial será no Estádio do Pacaembu, na partida entre Brasil e Argentina, às 21h30, o primeiro desafio da técnica Pia Sundhage à frente da seleção brasileira. O evento marca também o retorno das transmissões esportivas na TV Cultura. A emissora detém os direitos exclusivos em TV aberta e preparou um time do sexo feminino para a cobertura. Natália Lara será a narradora e Thais Picarte, ex-goleira da seleção feminina, fará os comentários. Na TV paga, os jogos serão exibidos pela SporTV.

A bola rola até o dia 1º de setembro, e conta também com as participações das seleções do Chile e Costa Rica. O torneio terá quatro jogos que serão disputados em rodada dupla. Desses, a TV Cultura transmite três: além da estreia do Brasil contra a Argentina, a definição do terceiro lugar, no domingo (1/9), às 10h30; e a final, também no domingo (1/9), às 13h.

Experiências e propósito

A Uber é patrocinadora máster do torneio, e consolida o movimento #AcreditaNelas, lançado em junho. Na ocasião, a empresa aproveitou a partida entre Santos e Corinthians, durante o Campeonato Brasileiro Masculino da Série A, para chamar a atenção para a falta de visibilidade e apoio à modalidade feminina.

Foi aberta em meio à torcida uma bandeira com os dizeres: “Infelizmente, esta bandeira vai ser mais vista que o futebol feminino”. A ação marcou o início do patrocínio dos times femininos de Grêmio e Internacional, além da parceria com o Campeonato Brasileiro Feminino de Futebol. 

“Sempre acreditamos em oportunidades iguais, que mulheres podem ser o que desejarem, e queremos que essa visão vá além da nossa plataforma”, explica Claudia Woods, diretora-geral da Uber no Brasil. “Precisamos dar valor e visibilidade a todas mulheres que se empoderaram, buscaram independência e tiveram a coragem para alcançar seus sonhos, dentro e fora do futebol”.

Recém-anunciada como patrocinadora da seleção brasileira, a Fiat também prepara comunicação para o torneio. A marca quer recontar a história do futebol feminino,  e para garantir a devida valorização da modalidade, a fabricante de automóveis vai narrar o primeiro gol feito pela seleção em mundiais e que não foi televisionado.

Marcado por Elane dos Santos, o gol ocorrido em 1991, durante a primeira Copa do Mundo na modalidade,  na China, agora será contado na campanha criada pela Leo Burnett Tailor Made. A ex-capitã foi a primeira brasileira a marcar em mundiais e terá o devido registro com a reconstrução da jogada em um filme de 60 segundos. “Queremos colocar luz sobre a história e as glórias do futebol feminino nacional, muitas vezes, negligenciado, pouco reconhecido ou até mesmo esquecido. Essa é a chance  de corrigirmos isso. Mais do que uma peça com conteúdo, essa é uma peça com propósito”, destaca Wilson Mateos, vice-presidente de criação da agência.

A peça será veiculada nesta quinta-feira à noite, durante a partida entre Brasil e Argentina. O jogo marca o retorno da seleção brasileira ao país. A última vez foi em 2016.