“O Brasil não é um lugar onde queremos resolver algum problema. Na verdade, queremos ser inspirados pelo país”. É com esse espírito que Joe Celia, ceo e presidente da G2 Worldwide, refere-se às expectativas da companhia com a subsidiária brasileira. A agência de ativação de marcas, pertencente ao Grupo WPP, anuncia que o Brasil é hoje seu terceiro maior mercado. “Sob o meu ponto de vista, o Brasil é o único mercado que está crescendo. Todas as grandes potências da Ásia estão desacelerando. Nós estamos aproveitando a prosperidade do país”, afirma.
Na última semana, uma comitiva formada pelos principais diretores da companhia desembarcou em São Paulo para discutir as próximas ações globais. Trazer o board mundial faz parte de uma nova política da agência, de levar os executivos responsáveis pela tomada de decisão para seus principais mercados. “É importante para a equipe local saber o quão importante ela é para a rede”, diz Celia. “Do ponto de vista dos diretores, é uma boa oportunidade estarem expostos a esse mercado”.
Para 2012, planeja o óbvio: crescer. Por isso, avalia a abertura de escritório no Rio de Janeiro, que irá somar-se ao de São Paulo e ao de Curitiba. “Os grandes eventos esportivos vão gerar oportunidade de negócio, o que não acontecia há 10 anos. Faz todo sentido estar lá”, afirma Sérgio Brandão, ceo da G2 Brasil.
Além da expansão orgânica, a companhia também considera comprar outras agências. “Nós queremos ser maiores. Estamos procurando por aquisições”, revela Celia. “Se há empresa de design ou eventos que auxilie a operação a oferecer serviço melhor ao cliente, vamos considerar”, complementa Brandão. O objetivo é emparelhar a G2 a grandes agências brasileiras. “Não queremos ser a maior, mas precisamos ser uma das melhores”, resume.
A recente conquista da conta da Panasonic e campanhas como a da Lupo com Neymar, lançada no ano passado, fizeram com que a unidade ganhasse mais visibilidade dentro do grupo. Mas, além da G2 Brasil, as atenções também estão voltadas para a MarketData, líder na América Latina em marketing de relacionamento, cuja carteira de clientes conta com mais de 40 empresas, entre elas Nissan, Renault, GE Healthcare e BMG.
A rede planeja levar os serviços da MarketData – entre eles database marketing, business intelligence e modelagem estatística – para clientes nos Estados Unidos e Reino Unido. “Coletar dados sobre os consumidores é nosso coração”, diz Rubens Stephan, presidente da MarketData. “Somos muito dedicados a conseguir encontrar um padrão dentro de uma porção de dados”.
Com o serviço de modelagem estatística, a companhia vasculha, em pilhas de informações, grupos semelhantes, segmentos parecidos, perfis de consumo. “É preciso uma forma correta de olhar para a informação, que permite tomar decisões muito mais acertadas”, explica Stephan.
Novas ferramentas
A G2 Worldwide também considera implementar no país ferramentas com as quais trabalha globalmente. O mapeamento das motivações e do comportamento do consumidor antes de ele realizar uma compra é um dos principais trabalhos da agência. Com informações sobre a “jornada da decisão de compra” dos consumidores, a G2 acredita ser possível engajar indivíduos com as marcas a um nível máximo, capaz de torná-los não apenas satisfeitos, mas leais.
“Comprometimento com uma marca é o nível mais alto de relacionamento que o consumidor pode estabelecer com uma marca. E quanto maior a lealdade, menos vulnerável essa marca será”, explica Celia. Segundo ele, as ferramentas já foram apresentadas para a equipe brasileira e reforçadas na última semana, durante a reunião do board. “Agora queremos todos nesse processo”.