Valim e Dado afirmam que 2013 foi um ano excepcional para o mercado de gamesNo fim da década passada, quando a maioria dos seus clientes eram da área de tecnologia da informação, a FTA Brasil não imaginaria que chegaria em 2014 pronta para um jogo diferente – o de atender empresas de games. Hoje, com 80% do faturamento oriundo dessas contas, a agência paulista planeja se tornar uma referência no atendimento publicitário dessa indústria.

Comandada pela dupla Eduardo Trench e João Valim, a agência registrou crescimento em sua receita nos últimos anos graças aos bons resultados do mercado de jogos eletrônicos no Brasil. Segundo dados da GfK, as vendas do setor cresceram 25% entre 2012 e 2013, sendo que no ano retrasado o aumento foi de 134%. Considerando apenas o mercado de consoles, o faturamento cresceu 126,8% de 2011 para 2012, e mais 11% no ano passado.

Os números da FTA acompanharam os do país, que vão na contramão do resto do mundo. Em 2011, o faturamento cresceu 21%, mas foi nos anos seguintes que os resultados surpreenderam: aumento de 48% em 2012 e 73% no ano passado. “Pegamos o início da reviravolta da indústria de games. Os investimentos em 2009 e 2010 eram pequenos, se comparados aos dos demais setores. O marketing cresce junto. O Brasil vem crescendo muito economicamente e o entretenimento geral vem acompanhando. O avanço dos últimos anos foi notável, mas, se vai continuar na mesma intensidade, isso dependerá da economia”, afirma Valim, que disse que 2013 “foi excepcional” para o mercado de jogos.

Apesar do clima de incerteza que ronda o cenário econômico, a perspectiva é de otimismo, de acordo com Dado, como Trench é conhecido. “Hoje sabemos que o Brasil está num período de ‘o que será que vai acontecer amanhã?’. O mercado de games está esperando para ver o que vai acontecer, mas a tendência é de crescimento. Os investimentos dos clientes têm crescido e também devem aumentar em 2014.”

Atualmente, a FTA trabalha com clientes de grande porte dessa indústria, como Take Two, que sob seu guarda-chuva tem empresas como a Rockstar, responsável pelo fenômeno GTA; e Square Enix, dona de séries famosas como Final Fantasy e Tomb Raider. Mas o primeiro passo neste segmento foi com a Konami, das franquias Castlevania, Metal Gear e Pro Evolution Soccer – esta última sempre figurando entre os mais vendidos do país, por se tratar de um título de futebol.

O cliente chegou à agência por indicações em 2011, aprovou os primeiros trabalhos e, desde então, a parceria se fortaleceu. Conforme as demais contas foram sendo conquistadas, Valim e Dado perceberam que já haviam passado por uma fase parecida. “Aconteceu algo na indústria de games que aconteceu também com TI. Quando entramos, aprendemos a fazer um trabalho específico para esses clientes. É uma indústria que estava carente de agências que se interessassem por trabalhos desse setor. Uma pessoa começa a indicar o trabalho para outras e, no final, acabamos sendo procurados por diversos publishers. Tivemos até que recusar contas porque se tratavam de concorrentes diretos de clientes da casa. Não trabalhamos exclusivamente com games, mas 80% de nosso faturamento estão nas mãos dessa indústria”, lembra Dado.

Foi suprindo a necessidade que as empresas de games tinham de um atendimento específico que a FTA viu uma oportunidade exclusiva: tornar-se referência na publicidade de jogos no Brasil. “Esse é o nosso objetivo e todo o investimento está sendo direcionado para essa finalidade. Estamos abrindo as portas para outros publishers, porque o que conseguimos entregar muito bem é essa aclimatação das empresas que estão chegando ao Brasil e precisam de um ponto de apoio. A ideia é se consolidar como uma agência do mercado de games no Brasil”, declara Valim.