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A Globo anunciou nesta quinta-feira (28), a integração de sua diretoria de negócios. A emissora comunicou ao mercado a criação da diretoria integrada de negócios: todas as áreas de negócios da TV aberta e das operações digitais do Grupo Globo passam a atuar de forma integrada. As equipes comerciais, até aqui divididas em digital e tradicional, foram unificadas e passam a atuar sob comando único. A mudança, segundo comunicado, é um movimento em busca da transformação da Globo em empresa Media Tech.

“Mais do que juntar equipes, estamos falando em capacitá-las com novos conhecimentos e habilidades específicas de Media Tech, sem abrir mão dos atributos que elas aportam individualmente. É um processo permanente e que acontece ao longo do tempo: preserva-se o que está certo ao mesmo tempo em que se vai ajustando o modelo. O que estamos fazendo é a integração definitiva do tradicional ao digital, do BI à inteligência criativa, da inteligência artificial à criatividade humana”, declarou o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder.

Segundo Schroder, o objetivo maior que guia a mudança é tratar de forma integrada as necessidades das marcas e das pessoas. “A vocação desta companhia é ser um hub, o lugar onde todos se encontram, oferecendo, inclusive, oportunidades cruzadas de negócios para as marcas”.

Globo/Sergio Zalis

Já integrada, a equipe comercial passa a trabalhar, a partir desta quinta-feira, em um único espaço físico, sob o comando de Eduardo Schaeffer, que terá a missão de redesenhar a área e capacitar o time com novas ferramentas e habilidades. A opção pelo seu nome para a Diretoria Integrada de Negócios se deve à sua trajetória executiva, uma carreira inteiramente construída no mundo digital – antes mesmo da sua chegada ao Grupo Globo em 2007. Dentro desse novo modelo de negócios e liderança, as funções antes exclusivas para a operação comercial tradicional foram extintas. Com isso, Marcelo Duarte, à frente da área desde o fim de 2017 e na Globo desde 1998, deixa a companhia.

Globo/Gustavo Scatena

“Schaeffer foi a escolha natural para construir o modelo integrado e o novo perfil da equipe de Negócios, que atuará fortemente lastreada em dados”, comenta Schroder. “Graças à tecnologia, hoje podemos focar não apenas na qualidade do conteúdo, mas também na experiência do público: como ele consome o que produzimos, onde consome e em que contexto. A escolha é da pessoa”, completa o diretor.

“Este é um momento em que todas as empresas de comunicação repensam seus modelos, mesmo aquelas que já nasceram em ambiente digital. Estamos vivendo o momento do novo e, sendo um dos maiores grupos de comunicação do mundo, estamos também nos transformando”, analisa Schaeffer. A mudança ocorre na mesma semana em que a  Apple comunicou ao mundo o lançamento de seu serviço de streaming e pouco tempo depois da Disney formalizar a aquisição da Fox.

Segundo Schaeffer, a Globo passará a oferecer um modelo integrado. “Desde a concepção da oferta até a abordagem final, unindo a capilaridade de todas as plataformas digitais do Grupo Globo ao alcance incrível que só a Globo tem no Brasil”, diz o executivo. E acrescenta: “vamos unir a eficiência da nossa entrega a uma mensuração precisa e transparente de resultados em todas as plataformas, passando pela concepção do produto alinhada à mensagem das marcas”.

As mudanças acontecem seis meses após o anúncio do projeto “UmaSóGlobo”, feito por seu presidente-executivo, Jorge Nóbrega. O movimento tem o objetivo de transformar o modelo de negócios de todo o Grupo, sem abrir mão de seu DNA de conteúdo.

Três iniciativas cross, transversais a diversas empresas do Grupo, já estão sendo concluídas: a integração da área de Esporte, no modelo de gestão e na geração de conteúdos para a TV Globo, globoesporte.com e Globosat; a unificação da área de Tecnologia, na qual quatro mil profissionais, antes divididos em várias empresas, passaram a atuar de forma conjunta para todas elas; e a criação de uma área central de inteligência e comercialização dos ativos digitais produzidos pela TV Globo, Globosat e Som Livre, projeto implementado exatamente por Eduardo Schaeffer e que continuará sob sua responsabilidade.

“Com a diretoria integrada de negócios, os ativos digitais do Grupo inteiro passarão a compor uma solução de comunicação mais ampla, com o alcance incomparável de uma TV aberta que chega a 99,55% do total da população brasileira”, afirma Nóbrega. E conclui: “é uma decisão extremamente corajosa começar este movimento integrado de negócios exatamente na nossa maior operação. Isto demonstra o quão claramente o grupo abraçou a filosofia de agir como uma Media Tech, com atributos essenciais como agilidade e velocidade na tomada de decisões e implantação de novos modelos. Os aprendizados a partir dessa integração, anunciada hoje, serão fundamentais em um futuro roll-out para todo o Grupo”.