Conforme antecipado, a General Motors pediu proteção judicial contra falência nesta segunda-feira (01), em Nova York. A situação leva a montadora, que já foi considerada símbolo da força econômica dos Estados Unidos, para uma nova e incerta era de controle estatal (60% da ficará nas mãos do governo norte-americano).
O pedido de proteção contra falência é o terceiro maior da história dos Estados Unidos e o maior já feito pela indústria manufatureira do país. A concordata da GM só fica atrás dos colapsos do banco de investimento Lehman Brothers e da companhia de telecomunicações WorldCom.
A decisão de forçar a GM em direção a um rápido processo de concordata, e fornecer US$ 30 bilhões em fundos adicionais dos contribuintes para reestruturar a montadora, é uma aposta grande e arriscada da governo de Barack Obama. Mas em um sinal de progresso no esforço do governo, um juiz de falências aprovou a venda de praticamente todos os ativos da Chrysler para um grupo liderado pela italiana Fiat. A recuperação judicial da Chrysler, também financiada pelo Tesouro norte-americano, era vista como um teste para uma reorganização da GM, que é muito maior e complexa que a da rival.
O plano da GM prevê um rápido processo de venda que permitirá que uma GM muito menor saia da recuperação judicial dentro de 60 a 90 dias.
“Agora a parte difícil começa , que é tornar a GM e a Chrysler competitivas. Se eles não fizerem isso, então teremos de fazer tudo isso de novo em alguns anos”, disse Christopher Richter, analista do setor automotivo da CLSA Asia-Pacific Markets, em Tóquio.
“A implicação imediata é que as companhias ficarão menores e a fatia de mercado estará disponível para ser tomada, o que significa que concorrentes como Toyota, Honda, Nissan e Hyundai ganharão participação”, completou.
Procurada, a GM no Brasil informou por sua assessoria de imprensa que o pedido de proteção judicial da matriz não afeta as operações no País.
Desde o começo do ano, a GM tem sido mantida por fundos do governo dos Estados Unidos, conforme a força tarefa apontada pela Casa Branca avaliava planos de reestruturação envolvendo US$ 50 bilhões em financiamento federal.
Assumindo uma fatia de 60% na GM reorganizada, o governo de Obama está apostando que a montadora poderá competir com rivais como a Toyota, após sua dívida ter sido reduzida pela metade e os custos trabalhistas terem sido cortados em um novo contrato aceito pela central sindical UAW (United Auto Workers).
Os governos do Canadá e da província de Ontario decidiram fornecer outros 9,5 bilhões de dólares à GM em uma adição tardia aos planos de concordata.
A montadora planeja fechar 11 fábricas nos Estados Unidos e desativar outras três unidades. A GM ainda não forneceu uma meta atualizada sobre a redução dos postos de trabalho, mas pretende cortar 21 mil vagas entre os 54 mil trabalhadores sindicalizados pela UAW que emprega no país.
A UAW terá uma participação de 17,5% na “nova GM”. O governo canadense, por sua vez, receberá uma fatia de 12%, enquanto os detentores de bônus da GM terão 10%.
As informações são da Reuters.