O Google apresenta oficialmente nesta sexta-feira (31) algumas ferramentas para melhorar a privacidade dos usuários na publicidade digital.
De acordo com a empresa, o objetivo é aumentar a transparência de como a publicidade digital funciona, oferecer mais controle aos usuários e garantir que as escolhas das pessoas sobre o uso de seus usados sejam respeitadas.
O já conhecido recurso “Por que estou vendo este anúncio?” e que recentemente passou a ser oferecido também em televisões conectadas, terá um upgrade. Nos próximos meses, a empresa vai iniciar o “Sobre este anúncio?”, que vai mostrar o nome do anunciante da peça publicitária.
A ideia da alteração é não apenas ajudar as pessoas a entenderem quem é o anunciante por trás dos anúncios que vêem no Google e auxiliar nas decisões sobre usar os controles de privacidade. Inicialmente ele vai estar disponível para Google Ads e no Display & Video 360. Ao longo de 2021, deve alcançar outras plataformas de publicidade digital.
Ainda com o foco em aumentar a transparência e o controle do usuário, a companhia apresenta a ferramenta “Ads Transparency Spotlight”, que mostra informações sobre todos os anúncios que o usuário vê na internet.
Por enquanto o recurso está disponível na Chrome Web Store, como uma extensão alfa. Ela será aprimorada a partir de opiniões dos usuários.
As novidades se somam ao trabalho que vem sendo feito na iniciativa aberta Privacy Sandbox. O projeto permite propor APIs para resolver questões como seleção de anúncios, medição de taxa de conversão e proteção contra publicidade fraudulenta sem identificar informações sobre usuários. Uma das propostas já disponível para ser testada sugere criar “chaves de confiança” para diferenciar robôs e usuários reais, por exemplo.
Em conversa com jornalistas da América Latina, Chetna Bindra, gerente de produto responsável por privacidade, destacou que a empresa está tentando equilibrar estratégias para aprimorar a privacidade do usuário, sem prejudicar o trabalho dos editores e anunciantes. “Privacidade não é uma nova prioridade para nós. Estamos trabalhando profundamente nisso há bastante tempo e acreditamos em todas as novidades que apresentamos para aprimorar essa questão”, disse.
Ela explicou que a empresa apoia o uso de dados diretos de anunciantes e editores para permitir oferecer experiências mais relevantes e úteis, desde que os usuários sejam informados e tenham controle sobre o uso de seus dados. Por outro lado, o uso de técnicas que permitem rastrear o usuário sem ele saber é inaceitável. “O Google acredita que qualquer tentativa de rastrear pessoas ou obter informações que identifiquem usuários individuais sem seu conhecimento ou autorização deve ser proibida, e continuaremos agindo com firmeza contra esse tipo de prática”, reforçou.
A empresa também reuniu recomendações para as áreas de marketing e editores. O material tem práticas de interação direta com clientes, gestão de dados, dicas para avaliar a relação com parceiros e fornecedores, exemplos práticos de usos de aprendizado de máquina e nuvem, por exemplo. “Não podemos fazer isso tudo sozinhos. Para que as ideias sejam bem sucedidas, precisamos do engajamento de todos os parceiros e agentes da indústria”, comentou.