Não é tão fácil ver de perto a Amazônia, seja pela distância, pelos custos ou mesmo pelo tempo hábil para visitá-la. Além de distante, para muitos, ela é uma terra misteriosa e fora da realidade, mas ela é parte fundamental de todos, por meio de uma conexão essencial com o ambiente.
Porém, agora há uma nova possibilidade para aproximar o restante do país de um de seus maiores patrimônio. Na semana passada, o Google Earth apresentou, como parte da renovação feita em abril, o projeto Eu Sou Amazônia. A iniciativa quer levar as pessoas a se aventurar no coração da maior floresta tropical do mundo com a tecnologia de imersão do núcleo Outras Telas, da O2 Filmes, que mistura vídeo, mapas, áudio e realidade virtual em 360°.
São 11 histórias interativas que abordam diferentes aspectos da região, onde vivem 27 milhões de pessoas e há uma vasta diversidade cultural. Os moradores da floresta contam as suas histórias, algumas delas produzidas pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles. O material está disponível para desktops e dispositivos móveis em g.co/EuSouAmazonia. A ideia é que essas ferramentas imersivas, ao levar ao público a realidade da floresta e dos povos que lá vivem, também sensibilizem as pessoas sobre a importância da preservação e o impacto negativo das mudanças climáticas.
“A Amazônia ainda é desconhecida. Às vezes, pensamos nela como um grande pedaço verde, nem sempre vamos além disso. O que esse projeto mostra é que há muito na Amazônia. Podemos ver no mapa a evolução do desmatamento, o impacto da existência das florestas no PIB da América Latina versus outros continentes. E a única forma de ter acesso a tanta informação só pode ser uma plataforma como o Google Earth, que integra todos os conteúdos com uma navegação atraente para o público”, afirma Janaina Augustin, diretora do Outras Telas.
Ao ver as histórias é possível, por exemplo, conhecer a cadeia de produção de iguarias da floresta, ver como comunidades se reestruturaram com esforços sustentáveis e acompanhar o cotidiano dos quilombolas.
Outra novidade foi feita em parceria com o Instituto Socioambiental. O Google Earth publica um atlas das terras indígenas no Brasil e de seus habitantes, com histórias contadas por eles. Povos indígenas, como os Tembé e os Paiter Suruí, falam como usam tecnologias de monitoramento para proteger seus territórios de exploração ilegal e desmatamento. Essas histórias são o resultado de um projeto que começou em 2007, quando o cacique Almir, da tribo Paiter Suruí, descobriu o Google Earth e propôs uma parceria. O projeto foi ampliado para 30 comunidades da Amazônia.
Os 472 territórios indígenas brasileiros existentes também foram integrados ao Google Maps.
Para Janaina, o EuSouAmazonia traz uma forma de pensar em storytelling para tecnologias. “Esse é um bom exemplo de como as marcas podem trabalhar com inovação, e chegar no público que consome essas tecnologias, sem usar somente as mídias tradicionais”, afirma.