Num longínquo 1975, o jovem Duda Mendonça abriria o que seria uma das maiores agências do Brasil, a DM9. Anos depois, seus conterrâneos Nizan Guanaes e Guga Valente comprariam a agência, que se tornaria um dos maiores celeiros criativos do país. Mas, como diria Suassuna, tudo que é vivo, morre.
O Grupo ABC anunciou o fim da DM9 esta semana. A agência será fundida com a Sunset, dando origem à SunsetDDB (saiba mais aqui). O mercado de comunicação, é claro, lamentou o término de uma das mais icônicas agências de publicidade brasileira.
Por mais que se justifique o fato da agência ser conhecida no mercado internacional como DDB Brazil, é triste ver o fim de um nome tão forte.
André Kassu, sócio e CCO da Crispin Porter + Bogusky Brasil, relatou com tristeza o fim da agência em um post publicado em sua conta no Twitter.
A DM9 formou gerações mesmo fora de lá. A gente estudava o trabalho, guardava os nomes da equipe, antipatizava com alguns aspectos, admirava outros. Era bom gostar e desgostar.
— André Kassu (@andrekassu) December 18, 2018
Colega de Kassu, Vinicius Reis também lamentou e lembrou que a agência foi sua base na propaganda.
Extremamente triste com o fim da marca DM9. Fiz parte daquela história. Todos no mercado brasileiro de uma certa maneira fizeram. Nos inspiramos e bebemos da fonte. Sempre contei para as pessoas que minha base na carreira de propaganda foi forjada ali. E me orgulho muito disso.
— Vinicius Reis (@vinireis) December 18, 2018
Também no Twitter, Eric Messa, professor de comunicação e marketing da FAAP/SP, refletiu sobre o fim da DM9.
O processo transformador pela qual passa a televisão, o jornalismo e a publicidade, motivado por uma nova prática de consumo de comunicação, fez mais uma vítima: a grande DM9.
— Eric Messa (@EricMessa) December 19, 2018
Gal Barradas utilizou o Facebook para demonstrar seu lamento. “Para nós, baianos, ela tem uma dimensāo ainda maior: era a agência fora de Rio-Sāo Paulo que ganhava Leōes, Clios”, refletiu.
“Um choque”. Foi assim que Michel Lent, utilizando o LinkedIn, definiu o fim da DM9.
Fernando Fernandes e Saymon Medeiros, ambos da Publicis, escreveram pequenos artigos no LinkedIn demonstrando espanto. “Aqui jaz DM9? Não Acredito!”, diz Fernandes no título do texto. “In memoriam dos Mamíferos, do Carlinhos, dos Completamente Loucos, da Pipoca com Guaraná, do Preço na Camisa, da Volta do Ferrorama, daquele Símbolo que todo mundo sabe fazer com o dedo, do Umbigo, do Fashion Like, da amanco amanco amanco, do monitor colado, e enfim, in memoriam da criatividade”, brincou Medeiros.
Pedro Gravena foi mais crítico em seu post no LinkedIn. “Talvez o mais triste desses meus vinte anos de carreira. O fim da marca DM9 é um p*** erro”, disse o diretor de criação da Mosh.
Sergio Scarpelli lembrou dos grandes nomes que passaram por lá e afirmou: “Ela continuará existindo firme e forte no coração de varias gerações de publicitários. Porque foi mais que agência. Foi semente”.
“Você sempre será a maior escola da minha vida”, disse Sergio Gordilho, copresidente da Africa, em seu Instagram.
[INSTAGRAM=https://www.instagram.com/p/BrlJepElv02/]