A relação profisional entre a Grey Worldwide e o publicitário brasileiro Silvio Matos está formalmente encerrada. O desgaste no relacionamento ficou transparente para o mercado logo após a realização da reunião com os 19 escritórios da América Latina da rede do WPP em março deste ano, no Rio de Janeiro, sob a liderança do chairman Jim Heekin. Neste encontro, o desempenho da operação brasileira comandada por Matos foi bastante questionado, especialmente os resultados negativos desde o início da MatosGrey em 2006, repetidos em 2007 e 2008.

A primeira tentativa de acordo com Matos, que ingressou na holding WPP como presidente da operação brasileira da Y&R em 2003, aconteceu com a nomeação de Ricardo Ferraris para presidir a MatosGrey em fevereiro deste ano. Ferraris comandara com sucesso o escritório mexicano da Grey e, com o desempenho, se credenciou a voos mais altos na rede. Ele deixaria Matos liberado para dirigir toda a operação criativa da agência na América Latina, mas essa divisão não deu certo.

Os conflitos entre Ferraris e Matos impediram a evolução da ideia e do relacionamento do publicitário brasileiro com seus sócios internacionais. Advogados iniciaram processo para encerrar o contrato. A situação de Matos ficou insustentável e desde junho deste ano praticamente tinham duas agências em funcionanto: a Grey do WPP e a Grey de Matos. Um comunicado aos funcionários detalha o fim da era Matos.

A partir de agora, a agência será identificada como Grey Brasil e mantém o atendimento às contas das multinacionais 3M, Boehringer, GlaxoSmithKline, Mercedes-Benz (linhas de caminhões e utilitários) e, por exemplo, Procter & Gamble (Hipoglós, Pantene e Pringles). Há planos para a compra de uma agência nacional. Um dos nomes cotados é o da Santa Clara Nitro.