Desde que soube das intenções da TBWA no Brasil – retomar o controle total da agência -, o sócio Luis Grottera, há cerca de um ano, começou a arquitetar uma nova empresa. O resultado é a LuisGrotteraHelp, uma “agência de estratégia”, segundo seu criador.
Grottera conta que ao analisar o cenário da publicidade brasileira detectou um vazio estratégico nas relações entre clientes e agências. Se não em todos os casos, mas em muitos.
“A empresa terá dedicação exclusiva em diminuir o gap entre as ações de comunicação e as necessidades de marketing”, afirma.
A LuisGrotteraHelp desenvolveu um modelo de geração de resultados, inspirado na teoria do Blue Ocean, mas a sua é denominada Blue Trip e fundamentada em três áreas que levam a “uma viagem para o sucesso”: inteligência, estratégia e integração. Para o publicitário, 90% das empresas brasileiras ainda estão no século passado e não entendem a velocidade das mudanças sociais e comerciais. E, segundo ele, muitas não terão tempo de corrigir a rota. Para essas, pretende oferecer “inteligência”.
Trabalhar com estratégia não significa que a LuisGrotteraHelp será dedicada a branding, mas ao “pós-branding”, que se trata, em definição dada por Grottera de um aperfeiçoamento dos trabalhos de marca. Mesmo a propalada “integração” das ações de publicidade podem acabar em desperdício, se não houver estratégia a Help também promete ajudar a evitar esse tipo de problema. Luis Grottera aponta a campanha “The Uncles”, para o lançamento do Sentra, como um caso bem sucedido nessa disciplina. “Essa campanha ganhou todos os prêmios de integração”, diz.
Embora ainda nem tenha um escritório físico oficial, a LuisGrotteraHelp já realizou trabalho para uma agência de publicidade que participa de uma concorrência. Além disso, está em vias de fechar job com outra agência. No entanto, não é somente para elas que Grottera poderá trabalhar, mas também para anunciantes e veículos.
A LuisGrotteraHelp, por hora, além do profissional que lhe dá o nome, conta com dois consultores e uma secretária. Sua sede será provavelmente na Vila Madalena.
Quanto ao raio de atuação da empresa, Grottera afirma não ter qualquer problema em relação a limitações geográficas ou quanto a segmentos.
Questionado se não se sentiu tentado a abrir outra agência nos moldes da que comandava, Grottera, do alto de seus 40 anos de experiência na área, diz que ficou frustrado com o cenário da propaganda brasileira, em que as agências perderam relevância. Mesmo as talentosas e dedicadas.
O fato, segundo ele, começou a ocorrer na década de 80, quando as agências não sentaram para negociar novos processos de remuneração. As agências foram oportunistas, abrindo espaço para intransigências por parte dos anunciantes, estabelecendo-se, assim, uma relação perde-perde. “Minha maior esperança com a Help é falar com quem decide, porque hoje as agências são atendidas por gente que não entende o trabalho apresentado por elas”, desabafa.