Claudio Gandelman, que ocupou entre 2008 e abril de 2013 o cargo de CEO para a América Latina do Match.com, fundou com um grupo de oito sócios a plataforma Teckler.com, na qual as pessoas postam seus próprios conteúdos e são remuneradas pela visibilidade de seus posts. Gandelman denomina essa nova fase da internet – em que os usuários geradores de conteúdo passam a ser remunerados diretamente pelo seu conteúdo – de internet 3.0.
No Teckler, pode-se criar e compartilhar conteúdo por meio de textos, fotos, vídeo e áudio, e obter remuneração pela audiência alcançada. Os geradores desse conteúdo ficam com 70% da receita gerada. “O Teckler é o próximo passo da internet mundial. Consideramos que, na web 1.0, a grande maioria dos serviços era gratuito, e na 2.0 as empresas começaram a efetivamente ganhar dinheiro com conteúdo gerado pelos usuários. Na 3.0, quem começa a ganhar dinheiro é o próprio usuário gerador do conteúdo”, diz Gandelman.
Foram seis meses de desenvolvimento e o lançamento foi realizado, simultaneamente, na semana passada, em 164 países, em 13 idiomas. Gandelman afirma ter um público potencial de mais de quatro bilhões de pessoas. “O Teckler gera receita com publicidade para os geradores de conteúdo de acordo com o tráfego naquele conteúdo específico. A ideia é ser uma plataforma de divisão de conhecimento, cultura e paixões de forma divertida, sem muitas regras, onde as pessoas podem dividir sua criatividade e debater diversos assuntos”, explica.
Os “tecklers” são desde acadêmicos e apaixonados por tecnologia até amantes de literatura, artistas, fotógrafos, mestres-cucas de final de semana e pessoas que deem dicas de entretenimento, viagem, saúde e beleza. O Teckler atende pessoas que se interessem por informação, seja ela qual for, remunerando seus participantes pela quantidade de visualização de cada conteúdo. “Estamos quebrando um paradigma com esse modelo, pois damos potencial para que pessoas comuns se tornem formadores de opinião, independentemente do seu nível de sociabilidade e baseado no diferencial do que produzem”, diz Gandelman.
O modelo é simples: cada pessoa pode ter até cinco perfis, que poderão ser “seguidos” por outras pessoas, como no Twitter. Ele diz que empresas também poderão ter perfis no Teckler. “Uma companhia de alimentos, por exemplo, pode escrever receitas, divulgar no Teckler e colocar um link na página direcionando para seu site. É um mundo novo. Quem souber usá-lo bem vai ter oportunidades que não existiam antes”.
Dentro de 30 dias será possível postar vídeos. Também será lançado um aplicativo para todos os modelos de celular. Na última sexta-feira (17), a marca foi exibida em um painel da Times Square, em Nova York. Gandelman estima que a plataforma terá um bilhão de page views em um ano.