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É o Mês da História Negra nos Estados Unidos. O período lembra a luta pelos direitos da população negra na América do Norte. A Adidas decidiu comemorar com um novo tênis, mas o lançamento não deu muito certo. Já a grife Gucci precisou tirar um suéter do mercado. A peça foi acusada de ser uma referência ao “black face”.

A Adidas lançou um calçado totalmente branco que faz parte de uma linha intitulada Ultraboost Uncaged. A palavra “uncaged”, no contexto da história afro-americana, não pegou bem. A tradução (algo como “livre da jaula”) ganhou um significado obscuro, ligado à escravidão, já que o produto foi lançado especialmente para o Black History Month.

“Há certas coisas na vida que não fazem sentido algum e provavelmente nunca farão… Adidas comemorando o Mês da História Negra com este tênis é um exemplo”.

 

A Adidas divulgou um comunicado dizendo que o Ultraboost Uncaged estava entre vários outros projetos criados para o Mês da História Negra, todos inspirados no Harlem Renaissance (um movimento cultural da década de 1920). “Em relação aos últimos estágios do processo de design, adicionamos um tênis de corrida à coleção que mais tarde sentimos não refletir o espírito ou a filosofia de como a Adidas acredita que devemos reconhecer e honrar o Mês da História Negra”, diz o comunicado. “Após uma análise cuidadosa, decidimos retirar o produto da coleção.”

Já a peça da Gucci foi acusada de “black face”, uma prática teatral criada no início do século XX quando atores brancos se coloriam com carvão de cortiça para representar personagens afro-americanos de forma depreciativa.

“Me recuso a acreditar que ninguém na Gucci percebeu que isso criaria uma tempestade racial envolvendo o ‘black face'”

A balaclava da marca italiana foi retirada do mercado. Em comunicado, a marca do grupo Kering se desculpou e classificou a diversidade como um “valor fundamental” a ser defendido.