Prossegue a maior de todas as guerras jamais acontecida e muito mesmo imaginada no mercado financeiro do Brasil. Ótimo para as empresas, ótimo para as pessoas. O oceano azul converteu-se numa carnificina só.

E existe hoje, e escalando dentre as tais de fintechs, um big player denominado AME sobre quem falaremos mais adiante. E, fintech é a designação genérica de todas as manifestações novas e disruptivas que vêm ocorrendo no mercado financeiro, mas que acabou colando mais nas pequenas e especializadas manifestações, tipo empresas de cartões, de maquininhas, plataformas de crédito, gestão de investimentos etc. E também, dentre as fintechs, figuram as big techs. Neste momento afiando as suas garras para o ataque final: “Feice”, Google, Amazon e Apple, principalmente.

E, ainda, as ex-partners techs – parceiros leais e fiéis até ontem, que se descobrem não apenas não precisando mais dos bancos, como capazes de concorrer com os mesmos em condição de igualdade em determinados aspectos, e, superioridade, em outros. Assim, alinha-se, também, na linha da partida esse novo tipo de manifestação. Amigos e parceiros de ontem, adversários a partir de agora.

Na mesma linha de partida e dentre os ex-partners techs temos Magazine Luiza, Via Varejo, Mercado Livre, Pão de Açúcar e muitos outros. E, desses todos, quem está colocando-se ostensivamente na frente, é o B2W. Todos esses velhos amigos de ontem, agora concorrentes de hoje, começam a se apresentar oferecendo o que chamam de super app. Que traz um monte de outros serviços integrados e, também, mais de 95% de todos os serviços que são utilizados pela maioria dos clientes de bancos.

Por exemplo, segundo Fabio Abrate, diretor financeiro da B2W, que acaba de lançar a plataforma AME, e como empresa independente: “A gente entende que pode transformar esse negócio num super app, ou seja, incluir uma série de serviços e funcionalidades para que, de fato, a AME conviva com o cliente desde a hora em que ele acorda até a hora que vai dormir…”.

A nova plataforma da empresa tem sua composição acionária dividida em 56,92% com a Americanas e 43,08% com a B2W. Nos bastidores comenta-se que alguns dos principais bancos do Brasil estão analisando a possibilidade de comprarem uma participação expressiva na nova empresa. Ou seja, amigos, guerra! A única palavra capaz de traduzir o que acontece agora no mercado financeiro do Brasil. E quando teremos a paz? Não antes de 10 anos. Estamos vivendo apenas o primeiro round. Depois vêm todos os demais.

Disrupção em cima de disrupção. E um dia, não muito distante de hoje, teremos dificuldade de contar para os jovens como eram os bancos, com dezenas de diretores, todos ganhando muitos e generosos bônus a cada 6 meses, com dezenas de milhares de funcionários, com milhares de agências, e acreditando que o primeiro, segundo e terceiro melhor negócio do mundo jamais teriam de se reconsiderar.

Lembram… O primeiro negócio do mundo é um banco bem administrado; o segundo, um banco mal administrado, o terceiro um banco pessimamente administrado, o quarto… E pra piorar e agregar pimenta das fortes, novo coronavírus! Com milhares de empresas olhando para os grandes bancos do país e dizendo: sinto muito, não tenho como pagar. É isso, amigos. Guerra é guerra. E todas as vezes que a concorrência se acirra, prevalecem os melhores e ganhamos nós, consumidores. Essa guerra no mercado financeiro é uma guerra santíssima e pela qual esperamos durante décadas. Finalmente chegou. E temos muito a comemorar. Claro, depois que o novo coronavírus partir.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)