Os aplicativos que os consumidores têm em seus smartphones dizem muito sobre o comportamento deles. Os apps são uma pista importante para que agências especializadas em mobile advertising, como a Hands, tracem o perfil de consumo das pessoas e segmentem a publicidade. “Os apps que as pessoas têm no celular mostram muito mais sobre seu comportamento e dia a dia do que os sites que elas navegam no seu desktop”, afirma João Carvalho, diretor-geral da Hands.
Segundo o executivo, as possibilidades de segmentação da publicidade em dispositivos móveis são infinitamente maiores do que em desktops, porque utilizam recursos como geolocalização, interatividade e as próprias funções do aparelho. “Conseguimos, por exemplo, acessar o status da bateria do celular do consumidor ou sua câmera, o que nos dá informações para criar ações promocionais como fizemos para a LG, que convidava as pessoas para tirar uma selfie”, explica ele.
Presidente do Comitê de Mobile do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), Carvalho fala que, apesar de a audiência dos grandes portais migrar cada vez mais para o mobile – hoje está entre 30% e 50% –, os publishers ainda têm o desafio de monetizar melhor a publicidade móvel. “A receita do mobile ainda não é proporcional à audiência, mas creio que já em 2016 vai ultrapassar 50% e a receita virá aos poucos”, avalia Carvalho.
O diretor-geral da Hands afirma que hoje os grandes anunciantes já têm uma presença maior em publicidade mobile, com sites responsivos e apps. “Agora estamos atrás das médias empresas”, fala ele.
O crescimento do uso de dispositivos móveis para acessar a internet também puxa o setor, afinal são mais de 277 milhões de linhas de celular habilitadas, mais do que o número de habitantes do Brasil. De acordo com dados do IAB, o investimento em mobile alcançou no ano passado R$ 721 milhões, o que representou 10% de tudo o que foi investido em publicidade digital. “Hoje, a base de usuários de smartphones e tablets cresce muito mais rápido do que a de desktops, o que indica que a curva do mobile vai crescer mais. Afinal, em casa e na sua hora de lazer, as pessoas acessam a internet via dispositivos móveis”, observa Carvalho.
Outra estratégia da Hands é investir em projetos especiais, como o desenvolvido para a Estrela, com a criação de apps para jogos como Autorama, Cara a Cara e Pula Macaco. Segundo o executivo, somados, eles alcançaram 1 milhão de usuários. Com esse potencial de público, a agência vendeu patrocínios para a Fiat, por exemplo, que patrocinou o jogo do Autorama. “A ideia é ser relevante para o usuário e dar um benefício a mais para ele. No caso da Estrela, os jogos eram pagos e, quando as marcas entraram, passaram a ser de graça”, conta ele.