Por onde a pessoa transita diz muito mais sobre o que ela é. A afirmação é de João Carvalho, sócio e CEO da Hands, para ilustrar a importância de o mercado publicitário ter em mãos dados sobre o comportamento de navegação e hábitos dos consumidores com smartphones. Para aprofundar essas informações, a empresa de mobile advertising recentemente desenvolveu com tecnologia proprietária uma MDM – Mobile Data Management.

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A plataforma para gestão de dados baseada no comportamento mobile, utilização de aplicativos e geolocalização é a nova aposta da empresa para se diferenciar no mercado. O objetivo é ser mais assertivo na publicidade com a criação de uma grande segmentação de consumidores para as marcas.

O plano da Hands é mensurar 100% dos smartphones no país – atualmente, existem 168 milhões de aparelhos em uso no Brasil. Levando em conta que o celular se tornou o principal acessório da vida moderna, ter em mãos informações a partir do comportamento mobile das pessoas é uma necessidade urgente no atual cenário.

“Não é um objetivo difícil de ser alcançado. Temos um planejamento para atingir isso dentro de dois ou três anos. A partir do momento que conseguirmos mapear 100% dos smartphones no país, o trabalho será entender essa audiência e definir qual o melhor cluster para cada marca. O desafio hoje é muito mais relacionado a isso. Os briefings das marcas às vezes não consideram toda profundidade de dados. A gente precisa, junto com as marcas, tentar aprofundar mais”, disse Carvalho.

A partir desse entendimento, é possível traçar não só o que o usuário costumar ler como conteúdo, mas também os locais que ele costuma frequentar, que tipo de aplicações costuma ter e até funcionalidades do aparelho. “Por trás de um celular existe uma pessoa. Preciso saber onde ela está, onde ela frequenta, que tipo de apps ela consome e quais os sites que ela navega. A gente precisava criar algo realmente customizado para que a leitura seja mais adequada dentro dessa disciplina do que uma leitura para desktop”, explicou Sergio Percope, sócio e CGO da Hands.

O publicitário lembra que a criação de uma peça mobile também é fundamental para diminuir a rejeição à publicidade em smartphones – estudo recente da Millward Brown para a MMA (Mobile Marketing Association) mostrou que, no ano passado, 41% das pessoas diziam que não clicavam em nenhuma propaganda, sendo que em 2016 este número caiu para 32%.

“Muitas marcas não fazem projetos criados, planejados e pensados para mobile, principalmente com cuidado em relação à contextualização dessa comunicação. Existe uma rejeição. As pessoas clicam naquilo que realmente chama a atenção. Como a gente passa a ter daqui pra frente um olhar de que as mensagens passam a ser mais contextualizadas, com criações mais interessantes do ponto de vista de ativar funcionalidades, como se chacoalhar acontece alguma coisa ou poder fazer um tour 360º, acreditamos que essa barreira vai sendo quebrada e de fato a receptividade aumenta”, falou Percope.

Até outubro do ano passado, a Hands era controlada pela Pontomobi, que foi comprada pela Dentsu Aegis Network e tinha 60% de suas ações controladas pelo e.Bricks, braço de investimento digital do Grupo RBS. A negociação não incluiu a Hands, que seguiu como parte do e.Bricks e atuando de forma independente.